Engana-se quem pensa que qualquer uísque pode ser considerado um bourbon. Isso porque, mesmo derivado do uísque, o bourbon é uma bebida única que passa por exigências legais para obter o título.

Carolina Macedo, cigar sommelière e sócia da Bulldog Tabacaria, em Curitiba (PR), explica: “Primeiro, o bourbon deve ser produzido nos Estados Unidos. Diferente dos single malts, os bourbons podem ser produzidos com diversos cereais, como milho, cevada, centeio e trigo, desde que pelo menos 51% da composição seja de milho”.

O mesmo princípio se aplica ao Rye Whiskey, predominantemente feito de centeio, e ao Wheat Whiskey, feito de trigo. Já o Corn Whiskey deve conter mais de 79% de milho.

Carolina lembra que, para receber o título de bourbon, a bebida deve seguir normas específicas de volume alcoólico durante todo o processo de produção, ser envelhecida em barris virgens de carvalho tostado e ser engarrafada com no mínimo 40% de graduação alcoólica.

Na destilação, a graduação alcoólica máxima é de 80%. O resultado é uma bebida transparente e adocicada, conhecida como White Dog, que é colocada em barris de carvalho americano virgens e tostados para maturação. “Esse processo de envelhecimento é essencial, pois o contato com a madeira proporciona ao bourbon suas notas defumadas e de caramelo”, detalha Carolina.

Os barris são movimentados periodicamente para garantir um envelhecimento uniforme, semelhante ao processo das folhas dos charutos. Para ser classificado como Straight Bourbon, a bebida deve envelhecer por pelo menos dois anos. Além disso, nenhum bourbon pode conter corantes ou saborizantes adicionados.