Não-convencionais na mesa da maioria dos brasileiros, as carnes de jacaré ou de , geralmente, são chamadas de “exóticas” (não originário do país em que ocorre). Não concordo com o termo porque elas são apreciadas em muitas regiões do Brasil, como o bode ou o cordeiro, que, frequentemente, são mencionados como “típicos” ou “regionais”.

E, ao contrário do que muita gente pensa, experimentar essas receitas pode ser uma agradável surpresa, como foi para mim. Particularmente, adoro a proteína do cayman yacare (jacaré-do-pantanal), espécie criada no Mato Grosso do Sul, em uma fazenda certificada pelo Ibama. Inclusive, já visitei o local e foi uma experiência inusitada, que vale um post específico, futuramente.

Em São Paulo, que, como cantou Caetano Veloso, “é como o mundo todo”, existem inúmeros estabelecimentos que oferecem pratos com essas carnes. Se a ideia é fugir do comum, segue uma lista com 5 opções:

Recém reinaugurado, o Jacaré na Vila Madalena, é inspirado pela diversidade e conta com um cardápio inclusivo criado pelo consultor gastronômico e chef Caio Ottoboni. Além das carnes clássicas, que sempre foram protagonistas na casa, como a costela e a picanha, as apostas ficam para a Espetada de Jacaré com cebola roxa, tomate e ervas frescas (R$38). Ele também pode ser pedido na brasa com chimichurri e limão siciliano. Apesar desse tipo de carne branca não ser comum para alguns paladares, sua textura e sabor são muito parecidos com a do frango. Outra sugestão é experimentar o Tempurá de rã à provençal (R$64). A carne de rã é extremamente proteica, rica em nutrientes e benefícios para a saúde.

Prato com carne de jacaré
Prato com carne de jacaré

Primeira casa de São Paulo especializada em choripán argentino, o Chimi Choripanes y Drinks oferece pedidos mais clássicos coo Choripán com linguiça de cordeiro. Opção fixa no cardápio, a linguiça de cordeiro pode ser combinada em qualquer opção de choripán da casa, como o Choripán Clássico (R$ 34/foto), que leva pão de fermentação natural braseado, linguiça e chimichurri. Mas se tiver oportunidade de conhecer outra opção diferenciada da casa, vale a pedida no Choripán com linguiça de javali (R$39, foto destaque). Trata-se de uma das versões especiais e sazonais, onde o Choripán Javali é feito com pão de fermentação natural braseado, linguiça de Javali, chimichurri, queijo brie derretido e geleia de frutas vermelhas com pimenta.

Ponto de encontro dos amantes das autênticas empanadas argentinas, o Juanito’s Empanadas oferece uma agradável área externa no salão na unidade da Alameda Lorena. No cardápio, pedidas como a Empanada de Cordeiro (R$14,90), com recheio de carne de cordeiro suavemente temperada com um toque de queijo muçarela. No Juanito’s todas as empanadas são elaboradas artesanalmente e levam banha de porco na composição, com exceção do sabor vegano. O cardápio também está disponível no delivery e para retiradas.

Empanada de Cordeiro

No Templo da Carne, um dos pratos favoritos de Marcos Bassi foi a Dobradinha, que ele fazia com maestria e ficou famosa entre os amigos que iam ao restaurante às quartas-feiras só para apreciar a iguaria. Hoje, após 40 anos, o estabelecimento continua oferecendo a receita tradicional da casa, que é acompanhada de arroz branco e azeitonas portuguesas. O prato especial precisa ser encomendado com antecedência, serve 5 pessoas e custa R$288.

Dobradinha

O Rincon Escondido é um espaço na Vila Madalena que promove cursos e jantares experiências para amantes da brasa e da parrilla. Com assados, carnes e cortes diferenciados, Chico Mancuso e Alan Edelstein, proprietários do local, trouxeram a cultura argentina e uruguaia ao Brasil, como também a referência da parrilla. A técnica é distinta do churrasco brasileiro e conta com cortes bovinos diferenciados, como molleja e rim, mas também de assado de tira (costela na transversal), bife de chorizo (contrafilé), além de achurras (miúdos do boi), cordeiro e embutidos suínos, entre outros. Os pratos de molleja (timo) e rim são servidos no jantar experiência que acontecem de duas a três vezes por mês. Eu simplesmente amo!

Molleja (timo)

(*) Da redação Menu