02/02/2022 - 17:32
Não é à toa que turistas do mundo todo procuram Caraíva, distrito de Porto Seguro, no sul da Bahia, em busca de experiências transformadoras. E não é incomum encontrar histórias de quem decidiu fazer do vilarejo, originalmente indígena, seu novo lar.
Por isso, há um esforço conjunto da prefeitura e das associações de moradores no sentido de fazer melhorias que garantam a permanência consciente (já que a economia do gira em torno do turismo), mas que preservem, ao mesmo tempo, as características próprias do local. Um exemplo é a nova coleta dos resíduos, que era feita por tração animal e passou a ser realizada por quadriciclos motorizados em 2021, primeiro ano da administração do prefeito Jânio Natal. Veículos do mesmo tipo também foram empregados na fiscalização preventiva da Polícia Militar nas praias e vielas.
Aldeia indígena
Serviços de deslocamento, como o acesso à vila em canoas e passeios de buggy, são organizados por entidades locais autorizadas, o que garante a remuneração justa dos nativos e a conservação da infraestrutura histórica e sensível. Em recente ida ao destino, vivenciei um dia na Aldeia Pataxó Reserva Porto do Boi. O passeio é feito pela Abipa e a experiência é imperdível para quem busca sentir a força dos banhos de ervas, do ritual do rapé e dos sabores da terra (com direito a um delicioso peixe fresco assado na hora).
Casa do Amor, Beco da Lua e Forró do Pelé
Ao mesmo tempo em que há oportunidade para contemplar as tradições, Caraíva também conquista pela energia dos novos habitantes e suas histórias de superação – o que torna esse recorte nordestino de areia, banhado pelo encontro do rio com o mar, um mix rico e único.
Nesse contexto é que se destaca a Casa do Amor, uma guest house, ou seja, espécie de residência para se hospedar. Administrada pelo jovem casal Ana Porto e Pedro Abreu (bem sucedido empresário mineiro do entretenimento, que se mudou para a Bahia), o espaço oferece três charmosas suítes com frigobar e ar-condicionado dispostas em um gramado beira-mar de tirar o fôlego. A recepção intimista fica a cargo do querido amigo da família apelidado de “Espeto”. O wi-fi é muito bom para quem precisa trabalhar, mas vale destacar que quedas de energia podem atrapalhar os planos, às vezes. O que não costuma ser uma pena porque cria a oportunidade de sentir a vila como era antigamente e contemplar as lindas noites de luar.
Pedro também é sócio-proprietário do famoso Beco da Lua, que fica de frente para o Rio Caraíva, na região mais badalada do distrito. O complexo oferece animados shows ao vivo para dançar e cantar em clima intimista, e serve diversos estilos gastronômicos, de comida japonesa até pizza. Certamente é o point! Ao lado, inclusive, fica o Forró do Pelé, parada obrigatória para noites de arrasta pé sem fim.
Comune – gastronomia sofisticada com vista para o Rio
Novo, porém, já queridinho, o restaurante Comune é satisfação garantida. Das entradas, como o Tartare de atum com guacamole, passando pela Burrata de leite de búfalas da região até o Filé com risoto, tudo é caprichado na apresentação e bem servido. A vista para o Rio Caraíva completa a experiência.
Vila do Mar e Cores do Mar
Já à beira-mar, a Pousada Vila do Mar se destaca como um dos lugares mais agradáveis para passar o dia. O atendimento é excelente e a gastronomia traz o melhor da culinária nordestina com ingredientes do litoral e do sertão. A vista sem fim para o oceano pede passagem e um almoço por lá pode se estender até o pôr-do-sol.
Outra opção é a Pousada Cores do Mar, onde o sistema de day use dá direito à deslumbrante piscina para quem deseja usufruir das delícias do bar e do restaurante sem se hospedar.
Com sorte, nessas andanças, a gente cruza com o simpático Tazinho no caminho, o mais antigo nativo dessa região.
(*) Da redação Menu
