por Suzana Barelli

Quando foi lançado, em 2006, o concurso Top Ten inovou no Brasil ao eleger os melhores rótulos de uma feira de vinho, no caso a Expovinis. Pelas regras, que continuam até hoje, quando o concurso comemora sua décima edição, cada expositor pode inscrever dois rótulos que são degustados às cegas por um júri especializado.

O concurso é organizado por Jorge Lucki, único brasileiro membro da tradicional Académie Intenationale du Vin, e, até duas edições atrás, também por José Ivan dos Santos, falecido um pouco antes do concurso do ano passado. Os vinhos são degustados duas semanas antes do evento, e o resultado anunciado na abertura da feira, que aconteceu na última terça (14).

Neste ano, acompanhei os bastidores da degustação (eu já havia sido jurada desta prova em 2014). Ao chegar, me impressionei com o baixo número de inscritos: nesta edição foram 88 amostras avaliadas, uma redução significativa em relação aos demais anos (até então eram inscritos ao redor de 200 amostras). Clelia Iwaki, coordenadora da feira, diz que vários fatores explicam essa redução. Um deles foi a mudança de data da Expovinis (seria em abril e mudou para junho); outro, a crise econômica, que diminuiu o número de empresas participantes, com destaque para a pouca presença dos produtores brasileiros.

Na degustação, a organização impressiona. Todos os vinhos são numerados, separados pelas dez categorias e colocados na temperatura correta. As taças – todas da nobre marca Riedel, neste ano – também são numeradas previamente. Em uma sala, Bruno Cauchioli abre as garrafas e serve os vinhos, que logo são degustados por Lucki. Só então dois garçons pegam as taças e as levam para os degustadores.

Os 12 jurados são separados em dois grupos, em salas diferentes. Cada um degusta e pontua seus vinhos em um programa de iPad. As notas são computadas (neste ano, Bianca Veratti cuidou deste departamento) e definem-se os melhores de cada grupo. No segundo dia, os mais bem pontuados por categoria e de cada um dos dois grupos são degustados novamente. Agora, todos os jurados estão reunidos numa única mesa e definem, nesta prova, os vencedores.

No caso de categorias com poucas amostras – os rosados, por exemplo, tinham apenas quarto garrafas – há uma única degustação, com os dois grupos juntos. A coordenação de Lucki é fundamental: quando o desempate é necessário, ele indica quantos primeiros lugares cada vinho obteve, que é o primeiro critério de desempate. O mineiro Marcio Oliveira, que faz parte deste júri deste a primeira edição, diz que é um grupo que degusta bem juntos. “No começo, as notas eram mais dispersas, mas com o tempo acho que o grupo ficou mais coeso”, conta.

Neste ano, o júri foi formado pelo sommelier chileno Hector Riquelme e pelos brasileiros Celito Guerra, José Luiz Borges, José Luiz Pagliari, José Maria Santana, Manoel Beato, Marcel Miwa, Marcelo Copello, Marcio Oliveira, Ricardo Farias, Roberto Gerosa e Tiago Locatelli.

Os resultados foram anunciados na abertura da Expovinis. Este ano, os vencedores foram:

Espumante Brasileiro

Gran Legado Brut Champenoise

Preço: R$ 50, na Gran Legado

 

Espumante Importado

Hunters Miru Reserve

Preço: R$ 275, na Premium Wines

 

Branco Brasileiro

Don Guerino Sinais Sauvignon Blanc

R$ 39,90, na Don Guerino

 

Branco Importado

Gomila Single Vineyard Selection Sauvignon Blanc

R$ 98, na p&f Wineries

 

Rosado

Domaine D’Estienne Coteaux Varois en Provence 2015

Sem importador no Brasil

 

Tinto Brasileiro

Lidio Carraro Agnus Tannat

R$ 50, na Lidio Carraro Vinícola Boutique

 

Tinto Novo Mundo

Survalles Ballena Azul Family Reserve

Sem importador no Brasil

 

Tinto Velho Mundo – Península Ibérica

Bodegas Pinord Clos del Mas

R$ 120, no Pão de Açúcar

 

Tinto Velho Mundo

Castelvecchio Il Brecciolino

R$ 245, na Bodegas Selecionadores de Vinhos

 

Fortificados e Doces

Quinta do Sagrado Vintage 2011

R$ 429, na Brascod