07/11/2011 - 11:57
Jancis Robinson, uma das maiores especialistas em vinho da atualidade, conduz hoje uma degustação especial no Wine Future, evento que em sua segunda edição já é considerado um dos mais importantes do mundo de Baco. Na lista dos 15 vinhos escolhidos a dedo pela inglesa para a prova está um espumante brasileiro, o Cave Geisse 1998. Com o título “Beyond Bordeaux”, a proposta da degustação de Jancis é mostrar os vinhos que ela aposta que marcarão o futuro da viticultura mundial, além dos brancos e tintos da nobre região de Bordeaux.
A escolha do vinhos levou Mario Geisse, o proprietário e fundador da vinícola brasileira, e seu filho Daniel à Hong Kong, onde acontece o evento, que reúne mais de mil pessoas do mundo do vinho – o norte-americano Robert Parker, outra referência na area, fará sua degustação amanhã, terça-feira. No início de 2011, Jancis havia provado este espumante premium da Cave Geisse, que envelhece em contato com as leveduras por anos seguidos, e dado 18,5, numa escala de 20 pontos.
Confira, a seguir, a entrevista de Daniel Geisse, direto de Hong Kong, exclusiva para a Menu.
Como vocês ficaram sabendo que o espumante 1998 tinha sido escolhido pela Jancis Robinson para o seu grand tasting do Wine Future?
Ela mesma entrou em contato conosco para informar que havia ficado impressionada com o Cave Geisse e que gostaria muito de ter a oportunidade de apresentá-lo durante a Wine Future na sua degustação “Além de Bordeaux”, que indicará sobre as regiões e produtores que ela acredita que marcarão o futuro da vitivinicultura mundial.
Qual a importância desta degustação para a Cave Geisse?
Principalmente é um grande reconhecimento a toda a dedicação e aposta de Mario Geisse no terroir de Pinto Bandeira [o município onde estão plantados os vinhedos da Cave Geisse] para elaboração de espumantes de alto nível, algo inimaginável na época! O que deixa toda família muito orgulhosa e certa do caminho que estamos seguindo, como especialistas na elaboração de espumantes champenoise e ligados a um terroir específico que através dos tempos vai marcando sua identidade. Hoje temos o Cave Geisse escolhido pela própria Jancis Robinson como único espumante a ser apresentado no mais importante evento de vinhos do mundo. O Wine Future será dirigido para mais de mil pessoas ligadas ao vinho. É algo que qualquer produtor de vinhos do mundo sonharia em ter.
Qual a importância desta degustação para os espumantes brasileiros?
Sem dúvida é um marco importantíssimo e um grande divisor de águas tanto para história da Geisse quanto de toda a Serra Gaúcha como produtora de espumantes de alta qualidade, pois agora passamos a figurar definitivamente entre os produtores tops do mundo, sem que isso precise ser dito por nós. Agora o reconhecimento veio por meio da principal crítica de vinhos da atualidade, o que não deixa mais dúvida a respeito do potencial de qualidade.
Por que a Cave Geisse só faz o longo envelhecimento dos espumantes em garrafa magnum (de 1,5 litro)?
Na verdade, as primeiras garrafas magnum foram elaboradas pensando na virada do milênio e num segundo momento decidimos aproveitar e mantê-las por mais tempo em guarda para ir acompanhando sua evolução. Como o resultado era cada vez melhor, fomos deixando. Já temos outras safras que serão mantidas em guarda por mais tempo, tanto em garrafas magnum quanto em garrafas de 750 ml. Uma delas é a da safra de 2005.
Qual a diferença, na sua opinião, de um espumante na garrafa tradicional (de 750 ml) e da magnum (de 1,5 litro)?
Já se tem dados de que os espumante que se mantêm em guarda com as leveduras em garrafas magnum conseguem obter uma evolução mais lenta em relação as garrafas de 750ml, permitindo uma melhor evolução através do tempo.
Qual será a próxima safra deste espumante em longo contato com as leveduras? E quando ela deverá ser lançada?
A próxima safra que será comercializada com maior tempo de guarda será a 2005 que deverá e será disponibilizada em 2015. Mas em virtude de todo este potencial de guarda que o Cave Geisse 1998 apresentou, estamos iniciando a reserva de garrafas para pessoas que queiram comprar agora e mantê-las em contato com as leveduras pelo tempo que desejarem, precisando apenas solicitar com um mês de antecedência a retirada das leveduras (dégorgement). Estes pedidos podem ser feitos diretamente na vinícola para uma quantidade mínima de 48 garrafas.