Por Pedro Marques

No mundo do vinho, a colheita tardia é uma técnica bastante usada para produzir os vinhos de sobremesa: deixa-se as uvas nos pés por mais tempo do que o normal e, com isso, o açúcar natural da fruta fica mais concentrado. No processo de vinificação, obtém-se uma bebida mais doce e licorosa, reflexo do açúcar que ficou concentrado nas uvas. Agora, e se esse mesmo princípio fosse usado para fazer um café? É isso o que a Nespresso propõe com sua nova linha de cafés especiais, a Naora, que chega às lojas na próxima segunda-feira (23).

O blend é feito com café arábica da varietal Castillo, cultivado nas cidades de Tolima e Santander, na Colômbia. O pulo do gato, porém, é o tempo que as cerejas de café são deixadas no pé: de 32 a 34 semanas. O objetivo é esperar a cereja de café atingir o ápice de seu sabor e só então colhê-la. O nome Naora, aliás, procura justamente transmitir essa ideia de que o café foi colhido no melhor momento: é uma combinação das palavras “now” e “ahora” e ambas significam “agora” em inglês e espanhol, respectivamente.

“Fizemos vários estudos e determinamos que, para este café, o tempo certo da colheita era 15 dias depois de a cereja ficar madura”, explica Claudia Leitte, gerente de café para a América Latina da Nespresso. Ou seja, o período funciona apenas com esse café, e pode ter resultados diferentes (e ruins) com outras espécies.

Tá, mas e o que isso significa na hora de tomar uma xícara de espresso? Basicamente, o Naora é mais frutado (com notas de cassis e frutas vermelhas), de acidez muito equilibrada e que deixa uma sensação refrescante na boca. Quem esperava por um café “doce” naturalmente, como os vinhos de colheita tardia, porém, vai se decepcionar. O blend tem boa intensidade (5 pontos, na escala da Nespresso, que vai até 10 pontos) e não é tão forte.

Lattissima+

Além do blend de edição especial, a Nespresso trouxe mais uma novidade para os fãs de cafés em abril: neste mês, a empresa começou a comercializar a Lattissima+. Irmã mais nova da Lattissima, a nova cafeteira é menor, um pouco mais barata e está disponível em três cores: azul, branca e preta. O mais interessante dos dois modelos é que eles tiram espuma de leite como as máquinas de café profissionais, preparando cappuccinos e macchiatos em casa e com o toque de um botão.

A Menu testou a Lattissima+ e ela, de fato, entrega o que promete: um café rápido, tirado na medida, e com uma espuma de leite que não deve em (quase) nada às maquinas profissionais. Com a vantagem de ser bastante simples de usar – basta ligar a máquina, esperar ela esquentar e começar a usar. O tanque usado para armazenar o leite tem botões de regulagem e você pode escolher se quer uma espuma mais aerada ou densa.

Aliás, para quem quiser variar as receitas, é possível misturar o leite com frutas ou iogurte e fazer cafés diferentes. No caso do Naora, por exemplo, que tem boa acidez, é possível fazer um leite batido com frutas vermelhas para obter uma espuma diferente, que combina bem com a bebida.

A máquina, porém, não é perfeita: o plugue de três pinos da Lattissima+ não encaixou em nenhuma das tomadas testadas e foi preciso comprar um adaptador (R$ 5) para ligar a máquina. O cabo de força também é bem curto, ou seja, é preciso ter uma tomada disponível na cozinha ou então comprar uma extensão para ligá-la. Fora isso, a cafeteira, por ser compacta, é mais indicada para famílias pequenas e escritórios com poucas pessoas. Não é nada que tire o mérito da Lattissima+, mas são coisas que precisam ser observadas antes da compra.

PONTOS FORTES: é uma máquina compacta, fácil de usar e faz uma boa espuma de leite.

PONTOS FRACOS: é necessário um adaptador de tomada pra ligar a máquina, com pouca capacidade de armazenamento de cápsulas usadas e o cabo de força é bastante curto.

PREÇO SUGERIDO: Lattissima+: R$ 995 e Naora: R$ 30, o pack com 10 cápsulas

Informações: www.nespresso.com.br