28/12/2012 - 17:32
Por Suzana Barelli
O epocar da rolha é uma das marcas do Réveillon. Abrir uma garrafa de vinho espumante, ao ouvir o relógio bater meia-noite, é uma forma de desejar boas-vindas ao ano que chega. E opções de rótulos não faltam para brindar a chegada de 2013, dado que a oferta de bons vinhos espumantes – dos clássicos champanhes às modernas borbulhas do países do Novo Mundo – parece não parar de crescer no mercado brasileiro.
Nas centenas de rótulos disponíveis por aqui, escolhi seis. Quatro deles foram espumantes que degustei para fazer o ranking dos 60 espumantes do ano para a edição de Natal da revista Menu, e que, particularmente, gostei muito – detalhes de como foi montada e realizada esta degustação podem ser conferidos no vídeo (clique aqui).
Dois destes espumantes são brasileiros, elaborados no Rio Grande do Sul, numa prova de que há muita qualidade a ser descoberta por aqui. Um é o Maria Valduga Brut 2006, da Casa Valduga (R$ 137,28, preço sugerido no mercado paulistano). É o rótulo premium desta vinícola, que foi uma das pioneiras a elaborar espumantes de qualidade. Mescla de 80% de chardonnay com 20% de pinot noir, ele traz a complexidade de uma bebida que fica muito tempo (no caso 48 meses) em contato com a levedura, com bom equilíbrio nos aromas. O segundo é o Evidence, da também gaúcha Salton. Na taça, a impressão é que este espumante cresceu de qualidade desde a última vez que eu tinha degustado, e alia um bom frescor com um pouco mais de complexidade. Custa R$ 69,90, também o preço sugerido no mercado paulistano.
Nos outros dois destaques desta degustação, cito o Louis Roederer Premier, o brut da casa famosa pelo seu champanhe Cristal (R$ 255, na importadora Franco-Suissa). É um belo champanhe para quem procura um autêntico francês para o brinde de final de ano. A complexidade da bebida vem, também, de uma pequena porcentagem de seu vinho base, que passa por barricas de carvalho. O outro destaque é o cava L’Hereu de Raventós I Blanc Reserva Brut 2008 – aliás, este foi a minha maior surpresa nesta degustação às cegas. Na taça, sabia que não era um champanhe, mas confesso que apostei que era um franciacorta, tamanho a sua complexidade. E, com o rótulo revelado, fiquei feliz por ser de uma vinícola espanhola que, em 2012, decidiu sair da denominação cava, por avaliar que muitos dos seus pares atualmente se preocupam mais com o título (cava) do que com a qualidade. O espumante custa R$ 95, na Decanter.
Os outros dois destaques foram degustados ao longo do ano. Primeiro é o champanhe Cave Geisse Philippe Dumont, elaborado na nobre região francesa por Mario Geisse, o chileno com alma brasileira. Acho bem interessante ver uma referência nas borbulhas brasileiras elaborar uma bebida de qualidade no berço dos vinhos espumantes. Custa R$ 240, na Cave Geisse.
O último destaque foi o champanhe Cuvée William Deutz 1998, um dos champanhes safrados servidos durante a entronização do capítulo brasileiro da Ordre des Coteaux de Champagne (e do qual eu tive a honra de ter sido uma das confrades). Um belo representante de como os champanhes envelhecidos podem ser complexos e, ao mesmo tempo, de um frescor e mineralidade únicos (R$ 520, na Casa Flora).