18/01/2013 - 12:31
Por Suzana Barelli
O ano de 2012 foi atípico para o mercado de vinho no Brasil. A “anormalidade” começou já em março, com o anúncio da abertura de um processo para proteger as vinícolas nacionais do avanço do vinho importado. A analise dos dados do mercado e as acaloradas discussões marcaram todo o ano – só em novembro foi anunciado um acordo para encerrar o processo. Mas os dados divulgados esta semana mostram que os reflexos da salvaguarda (que no final nem chegou a existir) não ficaram só no discurso – em 2012 o mercado de vinhos importados aumentou apenas 1,59% em valor e 1,01% em volume em relação ao ano anterior, segundo análise de Adão Morellatto, da International Consulting. Em 2011, em relação a 2010, o crescimento da importação ficou na casa dos 13%, em valor.
As dúvidas sobre a salvaguarda e a conseqüente indefinição das empresas importadoras de como agir explicam grande parte deste número. A segunda razão, diz Morellatto, foi o aumento cambial do ano passado, com a valorização do dólar e do euro frente ao real. Neste 2012 atípico, o Chile manteve a liderança do mercado – terminou o ano com 31,5% de participação de mercado (em valor) e quase 40% (em volume). Em segundo lugar está a Argentina, com 20% do mercado (tanto em valor como em volume). Aqui, Morellatto destaca que a vice-liderança do país do Tango enfrenta problemas com medidas do governo local, que diminuíram de 180 para 90 dias o prazo para que as vinícolas financiem as suas exportações.
No ranking, elaborado com a união dos dados dos vinhos finos, champanhes e espumantes, tem a França em terceiro lugar. Novamente, os champanhes explicam a boa participação do pais, que tem 15% do mercado, em valor, e apenas 5,6% em volume. Em seguida, vem Portugal (com ligeira alta) e, depois, a Itália (em queda). Chama atenção o crescimento dos vinhos espanhóis, que estão em sexto lugar. As importações dos vinhos deste país aumentaram 16% no ano passado, e participação de mercado ficou em 5,5% em valor e 4,4% em volume.