20/02/2013 - 17:12
Por Suzana Barelli
Desde a semana passada, o mundo do vinho se pergunta quem são os investidores brasileiros que compraram a italiana Tenuta di Argiano, famosa por seus brunellos di Montalcino. Dona da vinícola desde o início dos anos 1990, a condessa Noemi Marone Cinzano anunciou a venda da propriedade, que inclui uma charmosa vila construída no período renascentista, mas não revelou o nome dos novos donos. Sabe-se que a vinícola foi vendida por um valor entre 40 e 50 milhões de euros e que os estilos dos brunellos e dos rosso di Montalcino devem ser mantidos – atualmente, a Argiano elabora 120 mil garrafas de brunello por safra. A condessa, por sua vez, promete focar em seu projeto de vinhos no sul da Argentina, o Noemia.
A notícia chama a atenção para um possível novo foco de interesse dos investidores brasileiros. No final do ano passado, a Quinta da Romaneira, vinícola portuguesa que elabora vinhos tranqüilos e fortificados, foi comprada por investidores sul-americanos. Também aqui o nome dos novos proprietários foi mantido em segredo, assim como o valor da transação e, na época, o comentário é que seriam investidores brasileiros. A Romaneira tem cerca de 400 hectares no Douro, 85 deles cultivados com vinhas.
Dois anos atrás foi a vez do empresário brasileiro Marcelo Lima e o jornalista inglês Tony Smith comprarem a também portuguesa Quinta da Covela, que fica no Minho, quase fronteira com o Minho. Aqui, a compra é estimada em três milhões de euros e os sócios agora trabalham para reestruturar o vinho – em 2012, por exemplo, nem deu para elaborar os brancos e tintos pela qualidade do vinhedo. E o primeiro novo Covela deve chegar ao mercado ainda neste início de ano.
Os três exemplos indicam uma tendência. E, espera-se, que sejam capazes de reverter um ditado de Bacco. Dizem que a melhor maneira de conseguir uma pequena fortuna no vinho e começar com uma grande fortuna. A conferir.