11/03/2013 - 19:36
Por Suzana Barelli
Ao chegar pela manhã bem cedo no vinhedo em Las Compuertas, uma coleção de antigos automóveis Citroën esperava os convidados para o lançamento da safra de 2008 do Cheval des Andes. A ideia de Pierre Lurton e de Nicolas Audebert, que juntos elaboram o tinto – Lurton com a experiência de ser o principal responsável pelos ícones franceses Cheval Blanc e Château D’Yquem – era mostrar como o Cheval des Andes é um tinto de terroir. E para isso, o melhor era apresentar seus vinhedos. Os pequenos automóveis da marca francesa lhe pareceram o ideal para esta proposta, além de causar certo frenesi entre os convidados.
Enfileirados, os carros conheçaram a percorrer a estradinha de terra entre os vinhedos, às vezes cruzando terrenos que não são do grupo, em outras vezes, chegando perto das vinhas velhas de malbec ou de cabernet sauvignon, duas das cinco variedades que dão origem ao blend – as outras são a merlot a petit verdot e a cabernet franc. Paradas estratégicas mostravam detalhes do vinhedo, com as uvas amadurecendo para a safra de 2013. A primeira delas, já nos pés da Cordilheira dos Andes, foi numa comporta. Além de dar nome a esta região de Mendoza, a comporta libera a água do degelo dos Andes que irriga os vinhedos locais, pelos sistema de inundação.
Na próxima parada, o convite para conhecer uma caliterra, como é chamado um buraco de dois metros de profundidade no vinhedo. Dentro dele, é possível conhecer mais das raízes das vinhas. Ali, no terreno arenoso, poroso e seco, elas precisam descer até mais de dois metros para conseguir seus nutrientes e água. Em outra parada, a mula que ara o vinhedo mostra a preocupação com o cultivo orgânico das plantas. E provas na beira da estradinha de vinhos com cabernet sauvignon, malbec e petit verdot revelam o potencial destas uvas, separadas, antes do blend final. Terminada a volta, motoristas animados com a experiência e prontos para conhecer o Cheval des Andes, em um almoço ao lado do campo de polo da vinícola.
E, na taça, o vinho surpreende, pela bela mescla de elegância, com potencia e, principalmente, frescor. Traz uma fruta bem madura, mas sem a sobrematuração, comum a muitos vinhos argentinos, dosada com a madeira, bela acidez. E um tinto bem jovem, que vai crescer na taça, para quem tiver tempo para esperar. Se não, pode ser pedido já, de preferência com um bom assado. Seu preço sugerido é de R$ 320, na LVMH. (Detalhes sobre a prova vertical de Cheval des Andes estará na edição de abril da revista Menu)