17/04/2013 - 14:46
por Suzana Barelli
Nesta quarta-feira (17), é dia de celebrar a malbec. A data entrou no calendário há três anos, como forma de divulgar esta uva francesa que é mais conhecida na Argentina do que em sua terra natal. E a explicação é simples: no clima desértico nas terrazas argentinas da Cordilheira dos Andes, a uva consegue sua completa maturação, o que não acontece em Bordeaux. Colhida em seu ponto ótimo, a malbec resulta em um tinto frutado, às vezes com notas florais, e sempre com taninos aveludados. É um tinto encantador, quando bem elaborado, seja em estilos de bom custo-benefício, seja nos grandes (e caros) vinhos.
E para celebrar o dia 17 de abril– escolhido por ser a data em que foi lançado, em 1853, um importante plano para fortalecer a indústria argentina de vinhos, que culminou com a importação de cepas francesas, entre elas a malbec – nada como provar malbecs de diferentes regiões e estilos.
Comece por Salta, onde estão os vinhedos mais altos do mundo cultivados com esta cepa. O convite, aqui, é subir a montanha para provar como a altitude traz o frescor necessário para os grandes vinhos argentinos. Um exemplo é o Malbec Estate 2009, da Colomé, que é cultivado em vinhas plantadas entre 2 mil e 2,5 mil metros do nível do mar (o vinho custa R$ 103, na Decanter – www.decanter.com.br).
A segunda parada é Mendoza, província que concentra 85% da produção de malbec argentino – no total, o país tem 76 mil acres plantados com a cepa. E aqui é difícil eleger um só vinho. Gosto do Felino Malbec, do norte-americano Paul Hobbs (a safra 2009 é vendida por R$ 63,75 na Grand Cru – www.grandcru.com.br). É a linha básica deste enólogo, um dos pioneiros no vinho argentino de qualidade e famoso pela linha Bramare – o Cobos Bramare Marchiori Vineyard Malbec 2007, por exemplo, é vendido por R$ 359,55 na mesma importadora.
Ainda em Mendoza, Alejandro Vigil é um dos muitos exemplos de enólogos que têm feito um trabalho interessante com o vinho argentino. Principal enólogo da Bodega Catena Zapata – é dele, por exemplo, o potente Malbec Argentino 2007 (US$ 199,50, na Mistral) -, Vigil tem um projeto pessoal com Adrianna Catena, filha de Nicolas Catena, outro pioneiro do vinho do país. E neste projeto um destaque é o El Enemigo Malbec 2009 (US$ 54,50, na Mistral – www.mistral.com.br)
E para quem gosta de novos estilos, o simpático José Alberto Zuccardi ousa e elabora um malbec de sobremesa. É um vinho fortificado, como os vinhos do Porto, elaborado em Maipú, Mendoza. Chama-se Malamado, e a safra 2009 é vendida por R$ 85, na Ravin (www.ravin.com.br).
Ao sul da Argentina, na região de Rio Negro, sempre penso no Noemía, que nasce de vinhas quase centenárias de malbec (a safra 2009 é vendida por 175,50, na Vinci – www.vinci.com.br). Mas provei recentemente o Humberto Canale Old Vineyard Malbec 2010 (R$ 118, na Grand Cru) e me surpreendi com a sua mescla de frutas maduras na medida certa, com uma bela acidez.
Com a lista feita, o convite é escolher seu estilo e provar malbec. E para quem quer ampliar as comemorações, vale conferir os diversos eventos em torno da uva, que acontecem nesta quarta-feira (17), em várias cidades do Brasil e do mundo. Informações em www.malbecworldday.com