23/07/2013 - 12:52
Por Suzana Barelli
Foi o vinho canônico, elaborado pela Salton há 70 anos e consagrado em muitas missas pelo Brasil, que abriu as portas para que esta empresa gaúcha fosse escolhida como a vinícola oficial da visita do papa Francisco ao Brasil, que começou ontem. Mas, durante a Jornada Mundial da Juventude, o pontífice deve provar tintos de qualidade superior ao vinho da missa – a Salton escolheu o Talento 2007, um de seus melhores vinhos, para harmonizar com os almoços e os jantares promovidos pela Igreja Católica nesta semana.
O Talento está na lista dos grandes rótulos brasileiros. É elaborado com cabernet sauvignon (60%), merlot (30%) e tannat (10%), na Serra Gaúcha. O vinho canônico, por sua vez, é feito com trebbiano, moscato e um concentrado vínico de uva isabel. O resultado é uma bebida licorosa e “docinha”, como define Luciana Salton, do marketing da vinícola. Além do Talento, a Salton forneceu para a comitiva papal o Volpi Cabernet, o seu espumante prosecco, o licoroso intenso e, claro, o vinho canônico, num total de 992 garrafas.
Mas não serão apenas os vinhos desta vinícola centenária que estarão a disposição do papa argentino que, dizem, aprecia também a bebida do deus pagão Baco. Durante sua passagem por Aparecida do Norte (SP), o vinho oferecido será da vinícola Maziero, de Jundiaí (SP). A adega elabora brancos e tintos mais simples, muitos deles feitos com as chamadas uvas comuns (não viníferas, como a niágara). Aqui são vinhos apreciados por padres paulistas, que indicaram a bebida para a CNBB (Comissão Nacional dos Bispos do Brasil) que, por sua vez, aprovou a escolha da vinícola paulista.
No almoço no Seminário Bom Jesus, logo depois da visita à Aparecida, o cardápio será harmonizado com dois vinhos da Miolo, informa Alexandre Miolo, diretor nacional de vendas da empresa. A vinícola está oferecendo 60 garrafas entre o Lote 43, o rótulo tinto premium da vinícola, e o RAR Viognier.
Agora, é saber se o papa terá tempo de apreciar tantos vinhos.