05/12/2013 - 13:11
Por Suzana Barelli
O beaujolais nouveau chegou. Há 17 anos, este tinto é lançado sempre na terceira quinta-feira de novembro, e a data é marcada por diversos eventos, numa maneira festiva de promover esta bebida despretenciosa. A festa, no entanto, já foi maior. Primeiro, o vinho ficou caro (para estar no Brasil na data, ele precisa vir de avião, num frete caríssimo) e os consumidores procuram um estilo diferente de tinto do que este gamay com fortes notas de banana.
Mesmo assim, final de novembro, começo de dezembro, é época de beber beaujolais, ao menos para mim. Neste final de semana, abri feliz o Beaujolais Village Nouveaux 2013, de Joseph Drouhin, um dos poucos rótulos que ainda chegam ao Brasil para a data – Ciro Lilla, o dono da Mistral, importou seu beaujolais pelo vôo 454 da Air France, que pousou em 4 de novembro por aqui. Na taça, o vinho deixa saudades de quando eu entendia menos da bebida e via mais qualidades neste estilo.
Frutado, simples, com as notas de banana características, e quase com o gosto da própria uva. E isso porque era um nouveaux village. O nouveaux deve ser ainda mais simples.
Como tinha em casa uma garrafa do mesmo vinho de 2012, esquecida num canto da adega, decidi comparar os dois. O 2013 é, de longe, o melhor, com destaque para suas notas frutadas. O 2012 era um vinho cansado, já decadente, com final mais químico. Realmente a técnica de maceração carbônica, que permite o vinho ficar pronto tão cedo, não é uma boa aliada de seu envelhecimento.
Em Beaujolais vale a máxima do terroir. Os melhores vêm de crus específicos, como o Moulin a Vent, o Morgon. Mas que neste calor um nouveau é uma boa pedida ao final da tarde, isso é. Para quem ficou curioso, o nouveaux é vendido por R$ 97,50 e o village nouveaux, por R$ 98,70, na Mistral.