14/10/2021 - 18:44
Há algum tempo que sustentabilidade, bem-estar animal e a qualidade da carne desde a origem têm sido preocupações constantes à mesa. E, equivocadamente, tem gente que torce o nariz para a nossa pecuária sem conhecer bons exemplos no setor.
Por isso, dois casos brasileiros, acompanhados de perto pela coluna (e que podem ser rastreados por QR Code), merecem ser compartilhados nesta quinta-feira (14), que marca o Dia da Pecuária Nacional.
Direto do produtor
Um deles é o açougue direto do produtor Feed, de uma família que está na quarta geração de pecuaristas, em Goiás. Nas terras da Fazenda Santa Fé, o cuidado com o bem-estar dos animais de raças britânicas é feito pessoalmente, desde a qualidade da alimentação do gado, passando pelos processos de confinamento até chegar ao cliente na boutique de carnes, na região do Itaim, em São Paulo. O resultado é uma carne com marmoreio, suculência e sabor sem danos aos meio ambiente.
Selo que garante a sustentabilidade
Outra iniciativa é o cruzamento de animais zebuínos da raça Nelore com a raça de genética espanhola Asturiana de Los Valles, no Mato Grosso, seguindo critérios rígidos de sustentabilidade e qualidade certificados pelo Grupo Carrefour Brasil.
O interessante do projeto, iniciado em 2017, é a rastreabilidade total da produção e o investimento exclusivo em uma carne mais magra, com frescor, sabor e maciez garantidos pelo selo internacional da rede Sabor & Qualidade. O bem-estar animal (criado em áreas livres), a preservação de matas nativas e o abate são alvo de frequentes auditorias que garantem a confiança em todas as etapas. Além disso, a cada ano, novas fazendas se tornam parceiras do projeto e a meta é que 14 propriedades rurais integrem a produção.
São boas práticas assim que demonstram as diversas possibilidades para um consumo consciente de proteína animal.
É como já disse Sérgio Pflanzer, professor Doutor-MS3 na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, em entrevista que publiquei na ISTOÉ: a produção de carne pode fazer parte da solução no combate às mudanças climáticas com a pecuária regenerativa. “Sempre que emitimos CO2 queimando combustível fóssil, esse CO2 fica quase que para sempre aquecendo o planeta. Já na produção de bovinos, se o rebanho se mantem o mesmo, ou aumenta um pouco, mas se torna mais produtivo e sustentável (pecuária x lavoura x floresta ou pecuária regenerativa), ele não emite mais metano, pelo contrário, ele passa a sequestrar, além do CO2 do ciclo natural, parte do CO2 que veio do combustível fóssil, funcionando como um sumidouro de carbono”.
()Da redação Menu