30/03/2022 - 14:19
Há alguns meses, os assaltos ganharam uma nova característica: criminosos se disfarçam de entregadores de comida usando a bag com o logo do aplicativo de delivery para chamarem menos atenção das vítimas.
“Estava chegando em casa após o primeiro dia de trabalho e fui assaltada por dois homens em uma moto usando a bag vermelha do aplicativo de entrega. Eles não pareciam estar armados, mas levaram minha bolsa, celular e tudo o mais que estava dentro. Depois, no computador, verifiquei que haviam tentado usar meu cartão de crédito em uma pizzaria para uma compra no valor de R$ 10”, relatou, à coluna, a sommelière Mylla Maranho.
O que aconteceu com a jovem após descer do ônibus, à noite, na região do Grajaú, Zona Sul da capital paulista, não é exclusividade dessa área nem mesmo da capital paulista. Outras abordagens semelhantes são registradas com frequência e têm virado notícia. “Aqui em casa, a gente deu uma diminuída no consumo por aplicativo porque ficamos assustados”, conta Mylla.
E a nova onda prejudica as vendas do setor de alimentos e bebidas fora do lar como um todo.No vídeo abaixo, é possível ver motoqueiros assaltando clientes de um estabelecimento que estavam sentados em mesas na rua.
Por isso, a Associação de Bares e Restaurantes de São Paulo (AbraselSP) tomou a iniciativa de pedir ao iFood que providencie uma forma de identificação nas mochilas térmicas que os entregadores carregam nas costas. Além disso, também enviou um ofício à Secretaria Estadual de Segurança Pública e conta com a ajuda do vereador Rodrigo Goulart (PDS) para tonar essa ideia uma exigência em forma de lei municipal.
“Notificamos o iFood porque eles dominam 90% do setor, mas a necessidade é que todas as empresas tomem medidas para evitar esse tipo de crime”, explica Percival Maricato, diretor institucional da AbraselSP, à Menu. “Apenas a placa da moto não ajuda na identificação, um número de registro bem grande na mochila, sim. Assim, é possível rastrear quem usa, vendeu, perdeu ou teve roubado o acessório”, sugere Percival. “Não é ainda uma coisa assustadora, mas o problema se soma à criminalidade de rua já existente e desgasta a imagem do serviço de delivery”, finaliza.
(*) Da redação Menu