19/12/2022 - 18:30
Espumante, champanhe, cava, prosecco… Todo vinho com borbulha é a cara do Réveillon e está presente em muitas celebrações desta época do ano.
Para ajudar a escolher o melhor rótulo para sua festa, a sommelière Érika Líbero preparou um verdadeiro guia dos espumantes. Para começar, a especialista explica que o espumante é o tipo de vinho que passa por duas fermentações – a primeira, para transformar a uva em um vinho base branco ou rosé, e a segunda para adicionar o gás carbônico nesse vinho inicial. É daí que vêm as famosas borbulhas.
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Na hora da escolha, é importante lembrar que existem três métodos para produzir esse tipo de bebida. A segunda fermentação, que é a que vai resultar nas bolhinhas, pode ser feita pelo método tradicional, ou champenoise, em que a fermentação ocorre na garrafa; ou pelo método charmat, onde a segunda fermentação ocorre em tanques de inox, e a bebida é envasada já gaseificada. No caso de espumantes do tipo Asti, ocorre apenas uma fermentação. A sommelière explica que o método Asti é uma variação do charmat, porém tanto o álcool quanto as borbulhas são formados de uma só vez, sem precisar de uma segunda parte para o processo.
Érika lembra que os espumantes feitos pelo método Charmat são mais leves, frescos e frutados. Acompanham bem pratos leves, entradas, tábua de queijos e frios. Os produzidos pelo método champenoise costumam ser mais estruturados e cremosos na boca. Por isso, harmonizam bem com pratos estruturados, como peixes assados, aves e até mesmo (acredite) uma feijoada. Já os do tipo Asti são adocicados, sem perder o frescor, por isso funcionam superbem com sobremesas.
Champagne? Prosecco? Cava?
“Vamos começar já dizendo que nem tudo que borbulha é champagne ou prosecco. É muito comum usar esses termos para falar de um espumante”, diz Érika Líbero.
Por exemplo, ser chamado de champagne, ou champanhe, em português, o vinho borbulhante precisa ser feito na região francesa de Champagne, pelo método champenoise, com as uvas permitidas na região, que são a chardonnay, a pinot noir e a pinot meunier.
Já o prosecco é o espumante produzido no Vêneto, na Itália, pelo método Charmat, com a uva do tipo glera (antigamente chamada de prosecco, daí o nome da bebida, conhecida no mundo todo).
Da Espanha, mais precisamente da região de Penedés, na Espanha, vem o cava, espumante à base das uvas macabeo, xarel-lo e parellada, elaborado pelo método tradicional.
No Brasil, não há um nome específico para designar os espumantes produzidos por aqui, mas vale ressaltar a qualidade dessas bebidas, muitas vezes com preços competitivos com suas colegas mais simples de outros países.
“Pode comprar sem medo! Temos espumantes de todos os métodos, todos os teores de açúcar e todas as cores. Recebem vários prêmios mundiais e são elogiados mundo afora. Não tenha medo de comprar espumantes nacionais”, pontua Érika.
Espumantes brancos, uvas tintas
Sim, parece estranho, à primeira vista, mas espumantes brancos podem ser feitos com uvas tintas. Uma das cepas usadas em Champagne é justamente a tinta pinot noir. Se for feito exclusivamente com essa uva, é chamado de Blanc de Noir. Mas se o champanhe for feito apenas com uvas brancas, é Blanc de Blancs – em geral, esses últimos são produzidos exclusivamente com Chardonnay.
Espumantes tintos existem, mas não são muito comuns. No Brasil, segundo Érika, duas vinícolas já produziram bebidas assim, à base de merlot: Estrelas do Brasil e Guatambu. E a vinícola Viapiana lançou um espumante tinto feito só com gamay.
Espumante combina com o quê?
Assim que definir qual bebida prefere servir, chegou a hora mais gostosa: a harmonização com os pratos das festas. Érika destaca a versatilidade do espumante: ” É um tipo de vinho que vai bem do começo ao final da refeição. Espumantes harmonizam da salada à sobremesa”, garante ela.
Para garantir uma ceia toda trabalhada no espumante, Érika sugere começar com um brut/nature, com menor teor de açúcar, elaborado pelo método charmat para combinar com as entradas.
Para os pratos principais, vale harmonizar com um brut/nature elaborado pelo método tradicional, que costuma trazer mais complexidade para a bebida, combinando com os sabores também mais elaborados dos pratos.
Por fim, a recomendação para a sobremesa é um moscatel, elaborado pelo método Asti, mais adocicado e ainda bem refrescante.
E a dica infalível é: sirva o espumante, qualquer que seja ele, bem gelado. Segundo a sommelière, isso é muito importante porque a temperatura mais fria realça a acidez da bebida sem acentuar o álcool.
Antes de servir, deixe por pelo menos 2h30 na geladeira ou uma hora no balde de gelo. Durante o serviço, mantenha no balde para manter bem geladinho.
E sirva a bebida nas tradicionais taças flûte, altas e estreitas, que ajudam a manter o gás carbônico – ou seja, as adoráveis borbulhas – por mais tempo.