06/02/2024 - 15:00
O que é um clássico? O termo, em sua definição original, se refere àquilo que é relativo às manifestações da Grécia Antiga. Ele, no entanto, também é usado para designar algo que é considerado de grande importância e valor cultural. Pode ser uma música, um autor ou até mesmo um uma partida esportiva na qual se confrontam concorrentes de muita rivalidade.
E na gastronomia não é diferente. Uma receita clássica é aquela que segue um conjunto de técnicas e ingredientes tradicionais, que foram estabelecidos ao longo do tempo e são considerados como a base para a preparação de um prato. Mas há também as que já nascem clássicas, caindo rapidamente no gosto popular – em ambos os casos, São Paulo está cheia delas.
Ao longo das décadas, não foram poucos os pratos, quitutes e drinks que, nascidos aqui, se transformaram na cara da cidade. E que podem ser encontrados não apenas nos endereços de origem como são replicados em outros bares e restaurantes.
Conheça oito criações tipicamente paulistanas que transcendem a barreira do tempo, ecoando por menus cidade afora. Afinal, já diz o ditado popular que clássico é clássico e vice-versa. Confira!
Polpetone
Se engana quem pensa que vai chegar na Itália e comer um belo de um Polpetone. A receita foi inventada aqui pelo italiano Francesco Buonerba, que em 1949 abriu o Jardim de Napoli (@jardimdenapoli). Espécie de almôndega gigante recheada de queijo e coberta por molho de tomates frescos, ele hoje é onipresente nos restaurantes italianos de São Paulo, do mais simples aos sofisticados.
É o caso do Nonna Rosa (@osterianonnarosa), nos Jardins, em que é servido junto de tagliolini na manteiga de sálvia (R$ 89). Outro lugar do bairro que tem polpetone no cardápio é o Piccini Cucina (@piccinicucina), com ambiente classudo inspirado na Toscana. Ali, o bolinho de carne também ganha a companhia de tagliolini e custa R$ 137.
Bolinho de carne
Tradicional boteco da Mooca, o Elidio Bar (@elidiobar_oficial) está na ativa desde 1959. Famoso pelo balcão de acepipes, com mais de 100 itens, também prepara há décadas um afamado bolinho de carne. Crocante por fora e molhadinho por dentro, ele serviu de inspiração para casas como o bar Original (@baroriginal), que botou no cardápio o bem temperado Bolinho de Carne à Mestre Elídio (R$ 51), com maionese, mostarda e azeitonas.
No fim do ano passado, o petisco virou até pizza: a Onesttà (@onesttapizza), casa do chef Fellipe Zanuto focada em delivery, serviu por tempo limitado a A Pizza do Bolinho do Elídio, acrescida molho de tomate, alho cru e finalizada com parmesão e salsinha.
Pizza de Calabresa
Fundada em 1924, a Castelões (@cantina_casteloes) é pizzaria mais antiga da cidade e chega aos 100 anos em plena forma. Suas redondas têm massa de fermentação prolongada e saem do forno com coberturas tradicionais, como a de calabresa – sua marca registrada.
Uma das que presta reverência a esse ícone é A Pizza da Mooca (@apizzadamooca): entre suas receitas está a Castelões (R$ 56 a pequena e R$ 78 a grande), que leva molho de tomate, mozzarella, calabresa artesanal e orégano fresco. A La Braciera (@labracierapizza) também faz a sua versão, com mozzarella e calabresa artesanal Cinque (R$ 69 a pequena e R$ 114 a grande).
Pizza caprese
Pizzaria de sucesso na capital, com cinco endereços, a La Braciera (@labracierapizza) traz outro clássico de origem paulistana no menu. Trata-se da Pizza Caprese (R$ 69 a pequena e R$ 116 a grande), com molho de tomate, mozzarela de búfala, tomate em rodelas, manjericão e pesto de azeitona.
A receita foi criada em 1999 por um dos sócios da tradicional rede Bráz (@brazpizzaria), depois que um jornalista teria pedido uma “pizza de verão” – a inspiração veio da salada de mesmo nome. Não tardou para que a cobertura virasse o carro-chefe da marca, sendo replicada até hoje não só pela La Braciera como por outras pizzarias Brasil afora.
Hambúrguer com molho de tomate
O Hambúrguer do Seu Oswaldo (@hamburguerseuoswaldo) foi fundado em 1966 por Oswaldo Paolicchi e é uma das hamburguerias mais longevas de São Paulo. Símbolo do Ipiranga, bairro da Zona Sul paulistana, o endereço há décadas atrai gente de toda a cidade para provar seu Cheese Salada incrementado por um molho de tomates frescos.
Foi o que bastou para a Lanchonete da Cidade (@lanchonetedacidade) criar um sanduíche que também virou a sua marca. Não por acaso, ali a combinação de disco de carne de 180 gramas, queijo da casa e molho de tomate rústico no pão bossa nova – semelhante ao francês – leva o nome de Clássico (R$ 41).
Sanduíche de pernil
Um dos queridinhos das portas de estádio é também símbolo do tradicionalíssimo Estadão Bar e Lanches (@barelanchesestadao), desde 1968 no Viaduto Nove de Julho. E todo bar raiz que se preze tem a sua versão. Um deles é o BEC Bar (@bec_bar), arejado endereço de Pinheiros que tem por especialidade a cerveja e o churrasco. Seu Sanduba de Pernil (R$ 36) traz a carne úmida e bem temperadinha dentro do pão francês – tudo como manda o figurino.
Dadinho de tapioca
Foi meio que por acidente que Rodrigo Oliveira criou aquele que se tornou um dos petiscos mais populares da cidade. A partir de uma massa de queijo e tapioca que descansou além do ponto e endureceu, ele fez pequenos cubos e os fritou em óleo quente, a fim de não desperdiçar os ingredientes.
O resultado surpreendeu: delicado por fora e macio por dentro, ganhou a providencial companhia de geleia de pimenta e virou hit de seu restaurante Mocotó (@mocotorestaurante). O chef costuma dizer que os Dadinhos encontrados por aí não são uma cópia, mas uma homenagem. Um exemplo é o Sapit (@sapit.restaurante), em que a porção da receita (R$ 32) faz parte do menu do chef argentino Javier Sanchez, repleto de comidas inspiradas na América Latina.
Caju Amigo
O Pandoro foi um bar que fez história na capital paulista. Ele funcionou na Avenida Cidade Jardim de 1953 até 2006 e ficou conhecido como o berço do Caju Amigo. O drink, de vodca, suco e compota de caju, mais três gotinhas de um ingrediente “secreto”, foi criado ali em 1974 e até hoje é presença quase obrigatória do repertório dos bartenders da cidade.
Um deles, o premiado Alê D’Agostino, desenvolveu uma versão engarrafada para a APTK Spirits (@aptkspirits), renomada marca paulistana de destilados premium. As garrafas de Caju Amigo (R$130, com 375ml) estão disponíveis nas lojas e no site da APTK e também em bares selecionados por todo o país.