Se você é fã de James Bond, provavelmente já sentiu vontade de experimentar o drinque predileto do agente secreto: vodca martini, sempre “batida, não mexida” (shaken, not stirred). Essa mistura do destilado russo com vermute seco é facílima de fazer. Mas, se a ideia for sentir sabor parecido ao que Sean Connery experimentou no avião do vilão Goldfinger, é recomendável uma ida a Chicago.

Instalado em um rooftop do luxuoso hotel Peninsula, o Z Bar lançou o ambicioso projeto Sips from the Past (Goles do Passado). Por meio de leilões, garimpagem e busca em sites especializados, o bar conseguiu garrafas ainda lacradas de bebidas produzidas nas décadas de 1950, 1960, 1970 e 1980. Elas são usados em drinques clássicos como old fashioned e manhattan.

A experiência não é barata. Dependendo da vodca utilizada, aquela mistura que fascina 007 custa de US$ 135 (R$ 773, na cotação de sexta, dia 2) a US$ 210 (R$ 1.203). Os preços do old fashioned variam de US$ 165 (R$ 945) a US$ 220 (R$ 1.260), e os do manhattan começam em US$ 180 (R$ 1.031) e batem nos US$ 240 (R$ 1.375). A carta com os drinques raros traz ainda três formulações de expresso martini.

Clientes aproveitam a noite na área externa do Z Bar
Clientes aproveitam a noite na área externa do Z Bar

Vale a pena? Os frequentadores mais endinheirados do lugar parecem achar que sim. “Alguns drinques devem acabar logo, pois as garrafas estão chegando ao fim”, alerta Gabor Fodor, diretor de Bebidas do Peninsula desde março deste ano.

Húngaro de nascimento, Fodor ganhou uma bolsa para estudar em Florença, onde trabalhou pela primeira vez em um bar. Pegou gosto pela coisa. Voltou pra casa, prometeu para os pais que terminaria a faculdade de biblioteconomia, mas que sua vida seria entre garrafas e coqueteleiras.

Sonhava ir para Londres, mas seu inglês ainda não era bom. Trabalhou num cruzeiro, onde melhorou seu domínio sobre o idioma e aprendeu o estilo americano de coquetelaria. Depois de dois anos e meio, conseguiu seu primeiro trabalho em Londres, no restaurante Maze, do chef Gordon Ramsey. Passou por mais cinco bares sofisticados de Londres antes de atravessar o Atlântico e bater na porta do Peninsula.

Além de responsável pelas garrafas raríssimas do projeto Sips from the Past, o diretor também faz a curadoria de drinques, destilados, fermentados e não-alcoólicos servidos no Z para clientes com bolsos menos recheados. Por US$ 24, dá para experimentar o drinque que leva o nome da casa: o Z é uma mistura de gin Hendrick’s, pepino japonês, menta, lima e o licor Italicus Rosolio di Bergamotto. Para quem prefere revisitar sabores conhecidos, o bar oferece mojito e margarita por US$ 22, mesmo preço do manhattan feito com bebidas produzidas recentemente.

Para aplacar a fome de bebedores exigentes, a casa oferece sugestões como o daikon frites (US$ 18): salsicha chinesa lap cheong, cebolinha, alho, rabanete e geleia de tomate temperada; e o tartar de atum (US$ 26), acompanhado de manga, abacate, coentro, yuzu, marinada de soja e gengibre.

Homenagem

O Peninsula é proprietário de todos os bares e restaurantes espalhados pelo prédio da 108 E Superior Street, em Chicago. Na hora de batizar o Z, o hotel resolveu homenagear a profissional com mais tempo de casa, Maria Zec, vice-presidente regional e diretora administrativa do The Peninsula Hotels. “Trabalho aqui há 22 anos”, revela a executiva.

Maria Zec, vice-presidente regional e diretora administrativa do The Peninsula Hotels
Maria Zec, vice-presidente regional e diretora administrativa do The Peninsula Hotels

Para tornar ainda mais pessoal a homenagem, o Peninsula espalhou várias imagens de cães da raça pug pelas paredes. “Sou fascinada pela raça. Já tive vários e hoje convivo com Tulip e Holly”. Dizendo-se apaixonada por criar “experiências memoráveis” para hóspedes e clientes, Maria chama atenção para os detalhes do Z Bar. Do formato do teto de vidro rimado com o do balcão aos cuidados com serviço, taças e talheres.

“Todos os detalhes do bar foram pensados para atrair um público primordialmente jovem”, diz Susan Ellefson, diretora de marketing e comunicação na marca do Peninsula. Para tanto colaboram o atendimento jovial no imenso balcão do bar, a área externa que estimula papos prolongados com vista para os arranha-céus da cidade e uma aconhegante sala reservada para eventos. Tudo feito para gente jovem, urbana e, claro, com bolsos reforçados.

Serviço

Z Bar

108 E Superior St, Chicago

Horários: de segunda a quinta, das 16h à meia-noite; sextas e sábados, das 14h à 1h; domingos, das 14h à meia-noite

Reservas: no site do bar

*O jornalista viajou a convite do Choose Chicago