10/02/2015 - 12:17
Por Suzana Barelli
A perfeita organização é um dos diferenciais do Argentina Wine Awards (AWA), concurso criado em 2007 para mostrar ao mundo a qualidade crescente dos vinhos argentinos. O tema do concurso muda todos os anos, mas a lógica é sempre convidar especialistas dos países importantes para as exportações de vinho do nosso vizinho para degustar às cegas (sem saber que vinho corresponde a que amostra) os rótulos inscritos na competição.
É a segunda vez que eu participo deste concurso. A primeira foi no ano passado, que trazia os grandes jornalistas de vinho para provar os brancos e tintos do país do tango – Steven Spurrier, da revista Decanter, era um deles. Ontem, segunda-feira, começou a edição de 2015, que conta com 12 juradas estrangeiras e 6 argentinas. O tema é The Empowerment of Women in Wine. Só mulheres numa sala e muitas garrafas para serem provadas e discutidas às cegas.
Nós fomos divididas em grupos de três, sempre duas estrangeiras e uma argentina. No meu grupo está a inglesa Jancis Robinson e a argentina Marina Beltrame. Hoje, provamos 83 vinhos. Começamos com os espumantes que, confesso, me surpreenderam – demos até uma medalha de ouro. Depois fomos para os sauvignon blanc, malbec mais baratos, cabernet sauvignon, syrah e blends tintos. Ao todo foram 83 vinhos degustados pelo meu grupo.
A previsão é que cada trio prove até quarta-feira 230 vinhos. Na organização do concurso, cada vinho é degustado por dois grupos e nunca o produtor (quando presente no júri) prova o vinho que elaborou. Na quinta, o grupo se reúne para degustar os vinhos que receberam medalhas. Nossa missão final é definir quais merecem troféus. E na sexta-feira à noite saberemos quais são os vinhos premiados, já que todas as provas são as cegas – só sabemos o varietal, a safra e a faixa de preço.
Escrever assim sobre o concurso parece fácil. Mas é só dar uma espiada nos bastidores para ver que o trabalho liberado por Jane Hunt e Tina Coady não é fácil. Organizar os vinhos por categorias e preços, garantir que sempre que um grupo pede, há uma nova garrafa na temperatura correta para ser substituída; só servir vinhos na temperatura correta, garantir que os seis grupos estejam sempre com a taça cheia. Enfim, é um profissionalismo que deveria ser copiado por muitas das competições de vinho.
E hoje me aguardam mais 70 vinhos…