A brisa da maresia, conchas de ostras e o aroma do ar salgado dos oceanos. Todos contam com um fator em comum: a salinidade. Embora pareça algo quase impossível de interligar à vinicultura, recorrentemente os sommeliers usam o termo como um dos pontos de avaliação de bons vinhos.

Entre notas de frutas variadas, madeiras, especiarias e taninos, a qualidade elusiva usada no universo das bebidas é evidenciada em safras refrescantes. Ao invés de provocar um sabor abertamente “salgado”, nos vinhos essa característica nomeia um componente sutil que realça o frescor, a vivacidade e a complexidade da garrafa.

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Segundo os especialistas, o toque é percebido como levemente ácido, mineral e marinho. É esse aspecto picante e claro que faz com que os vinhos brancos sejam especialmente frescos e agradáveis e os tintos realcem o paladar vivo e intrigante.

Como detectar a salinidade nos vinhos?

No nariz, a característica costuma ser percebida como uma brisa marítima, remetendo a água salgada, algas frescas, conchas trituradas ou até mesmo pedras molhadas após a chuva.

No paladar, a salinidade costuma ser mais uma sensação do que um gosto distinto — formigante, instigante e agente responsável pelo equilíbrio entre a parte frutada e a acidez, às vezes ela também pode fornecer um sabor umami.

Em algumas taças, a nota antecede um final limpo e revigorante ou uma mineralidade calcária, quase chegando ao estágio da salmoura na região do palato.

O que causa a salinidade nas bebidas?

Taça de vinho acompanhada por uvas verdes e roxas – Foto: Freepik

A presença da salinidade está atribuída quase completamente às condições climáticas, práticas usadas nas vinícolas e à escolha do local – conhecidas como terroir. Normalmente, garrafas que derivam de uvas cultivadas perto do oceano ou em solos ricos em sais e minerais são as que possuem maior teor salino.

Vinhedos costeiros, beneficiados por brisas marítimas e névoa, são frequentemente creditados por produzir vinhos com alta salinidade.

Entre os tipos com maior destaque para o atributo estão: o Albariño, da região espanhola das Rías Baixas; o Muscadet, do Vale do Loire, na França e o Assyrtiko, dos solos vulcânicos de Santorini, Itália, Até mesmo alguns tintos, como os Pinot Noirs costeiros da Califórnia, EUA,  podem exibir esse toque salgado e saboroso.

*Com informações da “Food&Wine”