09/10/2025 - 14:51
O café é uma paixão nacional: segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o país é o segundo maior consumidor do grão no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Estimativas mais aprofundadas mostram a preferência dos brasileiros, inclusive, pelos cafés especiais: cerca de 5% a 10% do consumo de cafés no Brasil é proveniente destes, também de acordo com o Mapa.
Em outubro, celebra-se o mês do café. Frente à crescente predileção por suas versões especiais, vale conhecer as melhores maneiras de se preparar o grão de acordo com cada gosto. Isso porque, quando preparado diferentes formas, um mesmo tipo de grão pode revelar diferentes perfis sensoriais a cada xícara.
Com exclusividade à Revista Menu, Vanessa Vilela, CEO da Kapeh Cosméticos e Cafés Especiais, detalha três famosos métodos de preparo de grãos especiais: prensa francesa, coador Hario V60 e espresso.
Entenda diferenças entre os métodos de preparo de café
Prensa francesa
Nesse método, também conhecido como “French Press”, o pó de café fica em imersão com a água quente por alguns minutos, e depois um êmbolo com filtro metálico separa o líquido do pó.
Segundo Vanessa, o resultado é uma infusão densa, marcante e aveludada, que preserva óleos essenciais e ressalta notas achocolatadas ou terrosas. “É um método que valoriza corpo e textura, oferecendo uma sensação tátil mais intensa e envolvente”, explica.
Café coado
Para o café coado, a especialista destaca o Hario V60, utensílio criado pela marca japonesa Hario famoso pelo design em cone com ângulo de 60º. Nesse preparo, a água quente é despejada em movimentos circulares sobre o pó, que fica em filtro de papel — o que gera uma xícara clara, aromática e delicada, já que o papel retém resíduos e óleos.
Segundo Vanessa, o método realça notas frutadas, florais e acidez equilibrada. “No coado conseguimos perceber a delicadeza do café em sua forma mais pura. É ideal para quem gosta de explorar aromas e suavidade”, diz.
Espresso
Símbolo da cafeteria italiana, o espresso é preparado sob alta pressão: a água atravessa o pó muito fino em segundos. O resultado é uma dose curta, com grande teor de acidez e corpo. A bebida também é adocicada e ganha a clássica crema dourada.
Diferenças entre cafés
Segundo Vanessa, apesar de o método ser importante, ele não é o único fator a se considerar ao analisar o conteúdo de uma xícara.
“O segredo desses perfis complexos está na nas condições de cultivo [do café], como clima, solo e altitude e no processo de torrefação. A origem do grão e o cuidado na torra são determinantes para o desenvolvimento das características naturais do grão”, explica.
No Brasil, duas variedades são predominantes: arábica e conilon (robusta). “O arábico é mais fino, fornecendo cafés especiais em termos de pontuação. Já o conilon é mais consistente e fundamental para dar corpo à bebida”, finaliza a especialista.