Por Suzana Barelli

Dominic Symington com os sete Portos Vintage da Dow's (foto: Gladstone Campos)

No calendário do Douro, 2011 tem destaque especial. Este ano quente, com um calor que parecia ameaçar a qualidade da safra, acabou se transformando em um dos melhores anos para o vinho do Porto Vintage. “Ninguém acreditava na qualidade da safra. Era um calor enorme, mas choveu nas datas certas e, principalmente, nas quantidades certas”, lembra Carlos Cabral, um dos maiores especialistas do mundo em vinho do Porto. O resultado é que 82 casas obtiveram o direito de declarar o seu vintage nesta safra, um recorde histórico.

Safra especial, que levou à declaração de Ano Vintage, uma honraria portuguesa, justifica lançamentos também especiais. O mais recente foi da Dow’s, casa da família da família Symington. Dominic Symington trouxe na mala pouquíssimas garrafas das safras dos Vintage 1955, 1966, 1977, 1985, 1997, 2007 e, claro, 2011, para a degustação em São Paulo. “A Dow’s tem um estilo de Portos Vintage mais secos, com grande estrutura tânica, resultado da exposição solar de nossas quintas”, explica Dominic. Os vintage vêm de dois vinhedos, o da Quinta do Bomfim, orientada ao sul, em Cima Corgo, e o da Quinta Senhora da Ribeira, na margem norte do Douro Superior. Neles são cultivados touriga franca, touriga nacional além das inúmeras variedades portuguesas, misturadas em suas vinhas velhas.

Na taça, todas estas informações se traduzem em vintages mais longevos, em um estilo mais austero e menos frutado do que os de várias casas concorrentes. O 1955, o primeiro da degustação, elaborado em lagares antigos, estava encantador, com suas notas de especiarias, frutas secas, em um buquet incrível. Foi um vinho, já na cor ocre, que crescia na taça, com o tempo em contato com oxigênio.

Na lista das minhas preferencias, além do 1955, estão mais três safras. A de 1985 que, com quase três décadas de vida, ainda traz notas frutadas no nariz, de ameixas negras e frutos silvestres, encorpado, firme, longevo. A de 2007, com muita fruta vermelha, notas florais, vivo, encorpado e muito, muito jovem. E o 2011. Aqui, seus aromas indicam um vinho seco, com as notas de frutos vermelhos, a floral violeta, algo mineral. Na boca, ele se revela um Vintage, mas com qualidade para viver muitos anos na garrafa.

A safra 2001 da Dow’s é importada pela Épice e é vendida por R$ 835,69, a garrafa de 750 ml, e R$ 1.270,33, a Magnum (1.500ml). Informações em (11) 2910-4662 e www.epice.com.br