Em breve, essas prateleiras terão mais garrafas de vinhos brasileiros

Por Suzana Barelli

Se nada mudar nas próximas horas, deve ser anunciado hoje, às 18 horas, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, um acordo que colocará fim ao projeto de salvaguarda para o vinho nacional. Após quase um mês de negociações entre os produtores brasileiros de vinho, as duas associações de importadores (Abrabe e ABBA), e a associação dos supermercados (Abras), chegou-se a um acordo pelo qual os produtores de vinho brasileiro, por meio de suas entidades representativas, lideradas pela Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), vão retirar o seu pedido de salvaguarda para o vinho.

A contrapartida prevê uma série de medidas para aumentar o consumo brasileiro de vinho, dos atuais 1,9 litro por habitante por ano para 2,5 litros. Entre as ações, os supermercados se comprometem a aumentar a exposição dos rótulos de vinhos nacionais nas gôndolas de todo o Brasil. Também está acordado que os produtores nacionais vão parar de pleitear, junto ao governo, dificuldades burocráticas que dificultem a entrada de vinhos importados no mercado brasileiro e a sua venda. “A ideia é trocar a agenda negativa, de rivalidade entre importadores e indústria nacional, por uma agenda positiva”, afirmou uma das pessoas envolvidas nesta negociação.

As últimas arestas desta difícil negociação foi acertada na noite de ontem. Tecnicamente, o Ministério da Indústria e Comércio já tinha concluído pela não necessidade da salvaguarda para proteger este setor, após analisar o pedido desde 15 de março deste ano. Mas o anúncio oficial nunca foi feito. Comenta-se que foi proposto para as duas partes que juntas chegassem a um acordo para o desenvolvimento do mercado de vinhos. E o caminho escolhido foi pelo aumento do consumo de vinho em geral.