19/07/2013 - 11:17
A história do vinho dá voltas. Que o diga o empresário Otávio Piva de Albuquerque, o dono da importadora Expand. Na última edição da Vinexpo, a mais importante feira de vinhos do mundo, realizada em junho em Bordeaux, seu filho, Otávio Piva de Albuquerque Filho, foi procurado pela Global Wines, grupo português que detém, entre outros, os vinhos Rio Sol. Numa sondagem inicial, os portugueses queriam saber se interessaria à Expand assumir, novamente, a marca brasileira.
Experiente como poucos neste mundo, Piva de Albuquerque não disse sim nem não. Certamente sorriu, lembrando do sucesso que o Rio Sol tinha quando a Expand era sócia da Vinibrasil, a vinícola que elabora estes vinhos no Vale do São Francisco. O projeto do Rio Sol nasceu em 2002, da parceria entre a Dão Sul, empresa da Global Wines, e a Expand. Localizada nas margens do rio São Francisco e com mais de 200 hectares de vinhas, é uma vinícola que contraria a lógica das uvas e elabora até duas safras e meia por ano, graças à maneira única de irrigar os vinhedos.
Logo nos primeiros anos, os vinhos e, principalmente, os espumantes Rio Sol atrairam a curiosidade dos consumidores e fizeram muito barulho. Até o papa Bento 16 chegou a provar o Rio Sol, em visita ao Brasil. “Chegamos a vender 800 mil garrafas por ano, mas os portugueses queriam chegar aos 2 milhões de garrafas”, lembra Piva de Albuquerque. Em 2008, a sociedade foi desfeita, consequencia de uma crise financeira vivida pela Expand, e os portugueses se tornaram os únicos donos da marca.
Desde então, o Rio Sol perdeu seu principal garoto propaganda – o próprio Piva de Albuquerque, que não perdia a chance de divulgar seu vinho – e os canais de venda da Expand. Resultado: a comercialização destes rótulos também cairam sensivelmente. Cinco anos depois, tudo indica que um novo capítulo deste vinho pernambucano começa a ser escrito. Mas desta vez, Piva de Albuquerque quer ser o único dono da marca. A conferir.