05/06/2014 - 10:22
Por Suzana Barelli
Estamos na Semana Internacional do Jerez, data anual criada no ano passado para divulgar esta bebida ainda tão pouco consumida no Brasil. Participei de um almoço com nove vinhos de Jerez, trazido para o Brasil por quatro importadoras diferentes. A harmonização com o cardápio, criado pelo chef do Max Abdo Bistrô, Luciano Pollarini, começou com um fino, alias, com três finos e um manzanilla. E terminou com o doce Pedro Ximenez El Candado, da Valdespino.
Do painel, três destaques deste estilo particular de vinho espanhol: primeiro o Classic Dry Manzanilla, da Fernando de Castilla, que custa R$ 51, na Casa Flora/Porto a Porto. Este vinho é um convite para quem começar a entender o mundo de Jerez. É um típico manzanilla, com aquele toque salgado típico, bem feito e num valor que cabe no bolso. Manzanilla é o nome deste fino elaborado em Sanlúcar de Barrameda (pela região, o vinho é chamado de manzanilla e não de fino). Segue a produção em criadeiras e soleiras, com a criação da flor, aquela levedura que impede a oxidação da bebida.
O segundo destaque foi o Leonor, um palo cortado trazido na mala especialmente para o evento por Antonio González Palacios, representante da bodega Gonzales Byass no Brasil. Este Jerez resume, para mim, a incógnita do Jerez. No nariz, parece que será um vinho doce, mas no paladar é seco e até salgado. É um Jerez que nasce como um fino, mas a flor não se forma, permitindo a oxidação da bebida, que fica 12 anos entre as barricas chamadas de soleiras e de criadeiras. Ganha assim a delicadeza de um fino, com a complexidade de um oloroso.
Mas o melhor vinho do painel foi o Amontillado, da linha Antique, também da Fernando de Castilla. Apresentou as agradáveis notas de avelãs e nozes, com cítricos, mel, e foi de uma complexidade e persistência ímpares no paladar. O vinho é vendido por R$ 165,97, na Casa Flora/Porto a Porto.
O evento contou com vinhos da Inovini, que traz a Gonzales Byass para o Brasil, da Decanter, que tem, em seu portfolio, o interessante El Maestro Sierra, um antigo toneleiro que se transformou em produtor; da Zahil, com o grupo Estevez; e da Casa Flora, com o Fernando de Castilla. Até o final da semana, novos goles de Jerez me esperam….