13/12/2022 - 18:08
Parece que a inflação não mordeu apenas o bolso dos brasileiros, mas dos gringos também. Reportagem publicada no The News Statesman mostra que a alta nos preços atingiu até a camaradagem de “pagar a próxima rodada” no boteco, algo que já foi comum por aqui e pode estar caindo em desuso.
Na matéria, a repórter Sarah Dawood comentou sua experiência de visitar um pub com os amigos, numa quinta-feira comum, para aquela cervejinha ao final de uma longa semana. Eram um grupo de seis pessoas, e pagar uma rodada inteira para a turma toda sairia caríssimo, mais do que ela poderia imaginar.
Mesmo assim, alguém se ofereceu para pagar seu drink e ela aceitou. Quando chegou sua vez, ela acabou ficando num grupo de três pessoas, e tomou um susto com o valor da conta.
Como Sarah comentou, a inflação tornou praticamente impossível em seu país – a Inglaterra – pagar tranquilamente uma rodada de bebidas para os amigos. De acordo com a reportagem, um pint de cerveja por lá teve um aumento e 70% desde a crise financeira de 2008 (imagina se ela acompanhasse a bagunça político-econômica por aqui).
Ela destaca ainda que um simples gin tônica, icônico por lá, chega a custa 10 libras, o equivalente a incríveis R$ 65 no Brasil. Cruzes!
Agora, segundo Sarah, o consumidor e frequentador dos tradicionais pubs, os bares ingleses, acabou mudando seu comportamento por causa da alta dos preços. Ninguém mais se oferece para pagar rodadas e rodadas inteiras para os convivas. Quando muito, alguém paga um drink e sai do bar em seguida, ou outros escolhem apenas um amigo para compartilhar a noite e as bebidas, assim não pesa para ninguém.
Porém, ela destaca os benefícios ocultos trazidos pelos preços elevados. Beber menos é um deles. “É melhor para a saúde e abre espaço para a prática de outros hobbies”, destaca Sarah. O lado ruim é que a camaradagem envolvida em pagar bebidas para os amigos, seja uma cerveja ou um simples refrigerante, se perde nesse processo.
E ela finaliza: “espero que a gente consiga trazer de volta esse hábito, nem que seja para um simples café em vez de coquetéis. Afinal de contas, como é que a gente faz novos amigos sem isso?”, questiona.