A chef Bel Coelho, hoje à frente do restaurante Canto da Bel, vai cozinhar no próximo domingo (21) um almoço para centenas de integrantes da do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). E o cardápio terá pelo menos dois pratos com camarão.

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Graças a doações feitas por apoiadores do movimento, a cozinheira vai preparar acarajé e bobó de camarão para integrantes da ocupação Carolina de Jesus, em São Mateus, zona leste de São Paulo. Ela terá a ajuda de voluntários das cozinhas solidárias, que preparam refeições para os acampamentos do MTST.

Para Bel, o evento é uma forma de valorizar a cultura alimentar brasileira e mostrar que pratos feitos com o crustáceo fazem parte do dia a dia de pessoas de todas as classes sociais.

“Obviamente que há dificuldade de acesso a um camarão tigre, um camarão rosa grande, porque são caros. Mas o camarão seco é uma comida popular”, disse a chef em reportagem de Leonardo Sakamoto, colunista do site UOL.

O almoço também é uma resposta à polêmica envolvendo o ator e diretor Wagner Moura, que foi visto comendo acarajé no último sábado (13), em uma ocupação do MTST. Moura foi criticado por bolsonaristas nas redes sociais, que afirmaram que camarão é comida de rico.

“Vamos fazer até camarão na moranga. O povo pobre não pode comer comida boa? Pode sim. Nossa vida não pode ser apenas arroz e feijão e fila para comprar osso”, afirmou Gilvânia Gonçalves, uma das organizadoras da ocupação do MTST.

Já Guilherme Boulos, coordenador nacional do movimento dos sem teto, disse que é preciso rebater às declarações preconceituosas de bolsonaristas. “Essa gente se indigna mais com pobre comendo bem do que com gente fazendo fila atrás de osso ou lutando por restos do caminhão de lixo”, afirmou.

(*) Da redação da Menu