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Esse é um daqueles casos que faz a gente acreditar nas pessoas. Na semana passada, José Rafael Marciano, 32, postou no Facebook um desabafo: deficiente físico, ele começou a vender salgados para complementar a renda durante a pandemia de coronavírus, mas teve um revés logo com sua primeira encomenda.

Morador de Marília, ele recebeu no dia 23 um pedido de salgados às 9h, para ser entregue às 11h. Como a encomenda tinha mais de 50 unidades, Marciano se atrasou e só conseguiu entregar a encomenda por volta das 13h. O cliente, porém, se achou no direito de destratar e ofender o cozinheiro pelo atraso.

“Fiz com maior carinho, fui até na casa, aí não quis mais porque demorei um pouco. Gente, eu faço tudo na mão, sou deficiente físico, faço tudo com dificuldade, agora vieram me xingar, me ofender”, disse Marciano em entrevista ao portal G1. O cozinheiro nasceu sem uma das mãos e sem as costelas do lado esquerdo. Ele também tem problemas no coração e recentemente sofreu um infarto.

“Ele me xingou no telefone, disse que eu não era profissional, que eu era vagabundo, que eu tinha que ter avisado antes. Eu fiquei magoado, triste, chorei muito porque sou muito emotivo “, acrescentou.

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Para não perder os salgados, o cozinheiro saiu de casa no mesmo dia e distribuiu os quitutes para os moradores de rua do seu bairro. Felizmente, o desabafo do Marciano se espalhou e alcançou vozes importantes nas redes sociais, como a do padre Fábio de Mello.

A publicação teve mais de 40 mil curtidas e 17 mil compartilhamentos e fez com que criassem uma vaquinha virtual para Marciano no site Voaa (e ainda dá tempo de ajudar o cozinheiro, clicando neste link).

Além de receber muitas encomendas e propostas de motoboys para fazer o serviço de entrega dos salgados dele, as doações para a vaquinha virtual já somam mais de R$ 113 mil.

“Fiquei muito feliz porque estou recebendo muita ajuda. Recebi ligação de vários países, me dando apoio inclusive financeiramente. Até famosos compartilharam. Estou anestesiado, nem consegui dormir”, afirmou.