Após mais de um ano de pandemia do novo coronavírus, 71% dos bares e restaurantes do Brasil estão endividados. Por causa das dificuldades financeiras, 66% dos estabelecimentos afirmaram não ter mais recursos para funcionar em casos de novas quarentenas ou lockdowns e podem quebrar.

+Alemanha cancela Oktoberfest pelo 2º ano seguido por causa da covid-19
+Prefeitura de SP permite que bares e restaurantes coloquem mesas na rua
+Pandemia leva à falência 12 mil bares e restaurantes de São Paulo

Os dados constam da nova pesquisa da série covid-19, realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR), em parceria com a consultoria Galunion, especializada no mercado de food service, e com o Instituto Foodservice Brasil (IFB).

De acordo com o levantamento, 79% das empresas devem para bancos, 54% estão com impostos em atraso e 37% têm débitos com fornecedores. A pesquisa foi feita entre 9 de abril e 5 de maio e contou com 650 estabelecimentos de diversos perfis de todos os Estados do País.

A pesquisa também apontou que desde o início da pandemia 64% promoveram demissões. Na média, 21% dos colaboradores foram desligados.

Segundo a ANR, o uso do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) também diminuiu entre bares e restaurantes. Há um ano, a pesquisa apontou que 76% fizeram uso da medida que autoriza a suspensão de contratos e redução de jornadas. Hoje a adesão é de 48%.

Quando perguntadas sobre quais os tipos de ajuda consideram fundamentais para enfrentar a crise, a maioria das empresas (71%) apontou que que o governo deveria criar uma linha de crédito específica para o segmento, com alto prazo de carência.

57% também citaram a diminuição das taxas dos aplicativos de delivery como outro fator importante no combate à crise. O horário limitado de funcionamento e as restrições de vagas para clientes foram apontados por 41% como a principal dificuldade para o crescimento.

“A pesquisa mostra com muita clareza que o setor chegou ao seu limite. Quem sobreviveu, em sua imensa maioria, está muito endividado. É fundamental que as autoridades se sensibilizem, que sejam criadas novas linhas de crédito específicas para o setor, como fizeram muitos países”, afirmou Fernando Blower, diretor executivo da ANR, por meio de comunicado.

(*) Da redação da Menu