05/06/2025 - 16:18
Há milhares de anos, barris de carvalho são associados ao transporte e envelhecimento de vinhos. Acontece que nem toda madeira é igual, e a depender da textura do material, a bebida pode ficar com sabores diferentes.
As árvores de carvalho crescem em vários lugares do planeta, mas quando o assunto é vinho, geralmente a madeira vem da França ou dos Estados Unidos. As informações são do site “Food & Wine”.
De acordo com Nicholas Keeler, gerente de vendas da Tonnellerie Allary na América do Norte e produtor de vinho da Authentique Wine Cellars, The Corridor e Leisure Wines, no Oregon (EUA), geralmente o carvalho americano é escolhido por ter impacto “ousado e tostado”, além de aromas “mais doces”.
“O carvalho francês é preferido por sua elegante estrutura para o vinho, taninos finos e respeito pela expressão varietal”, comentou.
Apesar de terem duas formas generalizadas de se referir ao carvalho utilizado no barril — francês e americano — fatores como o estilo da tanoaria, floresta de origem da árvore, se os grãos da madeira são soltos ou compactos, técnicas de curvatura do material, temperatura e duração da tostagem também deixam marcas no vinho.
Os grãos de carvalho soltos contribuem com mais taninos, enquanto os compactos influenciam mais nos aromas, explicou Bruce Devlin, enólogo da Ballentine Vineyards, no Vale de Napa, nos EUA.
Além disso, a origem das árvores e o terroir em que foram cultivadas alteram a madeira e consequentemente o vinho.
A espécie de carvalho americana mais usada é a Quercus alba, que tem uma vantagem econômica. A madeira pode ser serrada de maneira mais simples, permitindo que tanoeiros façam o dobro de aduelas de um único tronco, em comparação com o carvalho francês.
Além do preço, o carvalho americano traz um conjunto único de aromas e sabores ao vinho, dependendo da forma que for tostado.
O carvalho francês normalmente é feito de duas espécies diferentes: Quercus robur e Quercus petraea. Ao contrário do americano, a madeira precisa ser cortada cuidadosamente, o que a leva a ser mais cara.
O carvalho francês oferece maior teor de tanino e “respeito pelo caráter frutado” do vinho, segundo Keeler.