28/11/2024 - 14:42
A próxima sessão do comitê de organização internacional da Unesco acontecerá em Assunção, no Paraguai, entre os dias 1 e 7 de dezembro. No encontro deste ano, há a possibilidade dos “Modos de Fazer Queijo Minas Artesanal” se tornar Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade – seria a primeira vez que um item da gastronomia brasileira conquistaria este reconhecimento.
“Os sabores brasileiros são uma de nossas muitas riquezas. Fazer queijo, culturalmente, traz consigo as características de um território e de seu povo. A possibilidade desse preparo tão característico do Queijo Minas Artesanal ganhar tamanho reconhecimento só demonstra a potência dessa expressão tão importante e simbólica”, afirmou a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
O processo de produção do queijo minas se tornou patrimônio de Minas Gerais em 2002 e em 2008 o alimento ganhou reconhecimento nacional do Iphan. Em março de 2023, depois de um requerimento feito pela Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, foi levado ao Iphan, que deu início ao processo de candidatura na Unesco.
“A proposta de reconhecimento tem como objetivo dar visibilidade internacional a esse Patrimônio Cultural nacional, que é uma tradição há mais de três séculos não apenas em Minas Gerais, mas em todo o Brasil”, explicou o presidente do Iphan, Leandro Grass.
Para abrir um lugar na disputa da lista, é preciso que o item cumpra uma série de requisitos e apresente um plano de salvaguarda e anuência da comunidade em que está ligado. Atualmente, o Brasil conta com seis bens culturais na lista da Unesco, mas o queijo minas seria o primeiro alimento nacional a ser incluído no guia.
Para se consolidar na lista o prato precisa conseguir os votos necessários do Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial – se aprovado o “Modos de Fazer Queijo Minas” fará parte do grupo com a “Arte do ‘Pizzaiolo’ napolitano” e o “Café Árabe”. O Iphan divulgou que a produção do queijo já abrange 106 municípios do estado, por isso sua notoriedade na comunidade.
“Em cada região, o queijo remete ao sentimento de pertencimento dos indivíduos a suas comunidades de origem e ao orgulho dos produtores pela qualidade do resultado de seu trabalho cotidiano, que envolve desde o manejo do pasto e o cuidado com o bem-estar dos animais até o preparo e a venda do queijo aos consumidores”, completou o instituto.
Confira a lista de brasilidades já incluídas:
- Samba de Roda no Recôncavo Baiano;
- Arte Kusiwa, pintura corporal e arte gráfica Wajãpi;
- Frevo, expressão do carnaval de Recife;
- Círio de Nossa Senhora de Nazaré;
- Roda de Capoeira;
- Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão.