Sem previsão de trégua para o trabalhador, a inflação dos alimentos têm levado os brasileiros a se alimentar cada vez pior. Além de situações como vendas de ossos, peles de frango e outros itens que antes eram jogados fora ou doados aos clientes, agora os brasileiros estão trocando o arroz e feijão do dia a dia por lanches quando é preciso se alimentar fora de casa.

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De acordo com pesquisa feita pela consultoria Kantar e divulgada pelo UOL, mais de 50% dos entrevistados afirmaram que as refeições fora de casa caíram 25% na comparação entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período em 2020. Ao mesmo tempo, aumentou o consumo de lanches (3,9%) e caiu o consumo de refeições completas (-3,3%).

A principal explicação é a alta dos preços da. A opção por pastéis, hambúrgueres, salgados e cachorros-quentes se dá porque esses alimentos custam, em média, um quarto do preço de um prato de comida em um restaurante.

Segundo o estudo, os brasileiros gastam cerca de R$ 10 para comer um sanduíche ou salgado na rua. Já para fazer uma refeição completa fora de casa na hora do almoço, o valor é mais de quatro vezes superior: o custo médio registrado foi de aproximadamente R$ 44.

O resultado dessa troca é o que se chama de insegurança alimentar leve, que é quando as pessoas passam a se alimentar com produtos de qualidade inferior por estarem preocupados se haverá comida na mesa nos próximos meses. No Brasil, hoje há pelo menos 60 milhões de pessoas nessa situação.

“Não dá para você trocar uma refeição por uma empadinha”, afirmou ao UOL Rodrigo Kiko Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida.

Resumindo: o brasileiro prefere comer mal, mesmo com impactos em sua saúde, para economizar e garantir que poderá comer no dia seguinte. Não vai demorar muito para aparecer gente vendendo o almoço para poder jantar.

(*) Da redação da Menu