da redação da Menu

Envolvida no pior caso de contaminação de cervejas artesanais já registrado no Brasil, que causou a morte de dez pessoas e deixou outras 16 com sequelas, a cervejaria mineira Backer fez uma festa no último sábado (17) para marcar a reabertura de seu restaurante e o relançamento das cervejas Capitão Senra Pilsen e Amber.

+Justiça mineira recebe denúncia contra sócios da cervejaria Backer
+Mulher recebe alta após doar rim para marido que foi vítima dietinoglicol
+Cerveja contaminada: Ministério Agricultura diz que Backer teve conduta “irresponsável”

A produção e venda das novas cervejas, porém, só acontece pois as bebias estão sendo feitas na cervejaria Germânia, em Vinhedo (SP). De acordo com o Ministério da Pesca e Agricultura (Mapa), a Backer ainda está proibida de produzir e comercializar cervejas elaboradas em sua fábrica no bairro Olhos D’água, em Belo Horizonte.

Ao saberem do evento, vítimas e familiares de parte das vítimas se mostraram indignados com a reabertura. “Minha vida foi destruída. Será que pensam em indenizar 10 mortes e 16 sequelados graves com a reabertura de um restaurante?”, questionou o dentista Ney Eduardo Vieira Martins, 65, em entrevista ao jornal mineiro “O Tempo”. Desde que consumiu uma cerveja da Backer contaminada com dietilenoglicol, Martins não consegue mais andar em linha reta e perdeu 70% dos rins.

Em entrevista ao portal “UOL”, o advogado Guilherme Leroy, que defende as famílias de cinco vítimas, disse que o evento causou estranhamento. “O importante seria pensar nas pessoas e não ficar fazendo festa e comemorando. Há pessoas precisando do apoio financeiro para os gastos de saúde.”