da redação da Menu

A chef Sharon Anderson entrou com uma ação judicial no valor de £ 200.000 (cerca de R$ 888 mil), contra o restaurante britânico Fat Duck, após ser acometida por LER (Lesão por Esforço Repetitivo).

Segundo o jornal britânico Daily Mail, Sharon afirma que o motivo da lesão foram as tarefas desempenhadas no restaurante. Sua rotina incluía moldar 400 doces diariamente com uma pinça, das 7h às 11h, antes de começar a criar cartas de baralho de chocolate, das 11h30 às 16h.

Sharon afirma que seu trabalho a levou a ficar deprimida e ansiosa e que por isso não pode mais trabalhar desde que saiu do restaurante em novembro de 2015.

No entanto, o restaurante comandado por Heston Blumenthal, nega as acusações, alegando que o trabalho executado pela ex-funcionária é praticado em outros restaurantes com o mesmo nível de sofisticação.

Os documentos apresentados ao Tribunal Superior de Londres pelos advogados de Sharon afirmam que seus problemas decorrem do período em que ela trabalhou no Fat Duck, a partir de junho de 2014.

“O processo teve que ser realizado sob pressão de tempo, pois tinha que ser concluído antes do chocolate assentar em cada molde”, disse o advogado da chef, Charles Robertshaw. Segundo ele, em junho de 2015, ela começou a reclamar de dor no antebraço.

“Até 23 de junho de 2015, a dor havia se tornado significativa e, nessa data, ela visitou uma fisioterapeuta que a aconselhou que a dor estava sendo causada por suas longas horas e trabalho repetitivo”, continuou ele. A chef parou temporariamente o trabalho devido à dor, mas três meses depois retomou o trabalho, antes de pendurar o avental para sempre em novembro de 2015.

Posteriormente, os médicos identificaram um ligamento rompido no pulso esquerdo de Anderson, embora a maior parte de sua dor no antebraço tenha sido resolvida. A lesão significa que ela tem problemas recorrentes em tarefas diárias, como trabalho pesado, direção e, principalmente, culinária.

Os advogados de Sharon alegaram que o restaurante não permitiu períodos de descanso ou apoio suficientes e exigiram que ela trabalhasse sob pressão diariamente.

Por outro lado, o Fat Duck nega todas as alegações e ressalta que a chef foi transferida para tarefas mais leves depois que ela se queixou de fazer receitas com chocolate. “O trabalho que ela realizou não apresentava risco conhecido de desencadear um distúrbio dos membros superiores”, declararam os advogados de defesa do restaurante.

O caso de Anderson chegou ao Supremo Tribunal recentemente, quando advogados de ambos os lados discutiram como deve progredir para o julgamento.

O juiz John Leslie foi informado de que são necessários mais exames médicos para identificar exatamente o que Anderson está sofrendo e quantificar adequadamente sua alegação. O caso retornará ao tribunal no próximo ano.