13/11/2024 - 15:54
O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural da Cidade Bauru (Codepac) divulgou recentemente que o sanduíche bauru será considerado patrimônio cultural imaterial da cidade. O prato já faz parte da lista oficial de patrimônios do Estado de São Paulo desde 2018, mas a nova adição ao município do oeste paulista foi publicada no Diário Oficial do local no dia 31 de outubro.
O lanche também foi registrado no Livro de Registro de Saberes, que documenta as práticas culturais tradicionais do país, na divisão “Modo de Fazer”.
História do sanduíche
A história do prato tradicional começou em 1936 com o radialista Casemiro Pinto Neto, na época estudante de direito da Universidade de São Paulo e conhecido como Bauru. Em uma noite em que estava atrasado, o estudante que já frequentava o Ponto Chic, bar de São Paulo, pediu ao atendente um lanche diferente e específico – o pão francês precisava ser aberto e seu miolo retirado, além de ser recheado com queijo derretido, rosbife e tomate.
O sanduíche foi então apelidado de Bauru, em honra ao homem que o pediu – e rapidamente se espalhou pela cidade. Outros clientes se apaixonaram pela receita e logo ele se tornou o carro-chefe do estabelecimento, hoje em dia conhecido como a casa do original.
Nos anos 1990, Bauru oficializou a receita do lanche como produto típico da cidade, pela Lei Municipal nº4314. Além de criar uma estátua, apelidada de “bauruzinho”, que se tornou ponto turístico do lugar.
Polêmicas e regulamentações
Durante a pesquisa para a adição na lista de patrimônios, a discussão sobre a presença ou não do picles foi ponto central entre os responsáveis. O lanche original, pedido pelo radialista, não continha o alimento, já que ele foi acrescentado a receita somente na década de 1950, quando se popularizou e começou a receber influências dos restaurantes de fast food norte-americanos. Segundo a análise, a junção da conserva foi feita pelos donos do Ponto Chic nos anos 50, e a receita do arquivo oficial do patrimônio conta com o ingrediente.
Além disso, o registro oficial do bauru garante que mesmo que a receita sofra alterações ou substituições, seu modo de preparo e o guia de ingredientes permaneçam intactos – sendo possível fazer comparações com as modificações futuras.
O Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedecon) da cidade padroeira do nome, possuem um certificado, emitido a cada dois anos, o qual comprova que o estabelecimento em questão segue com a preparação original do lanche. O Empório Santa Emília, localizado no Boulevard Shopping em Bauru, e o Empório Santa Therezinha, encontrado em São José do Rio Preto, são dois exemplos que possuem essas certificações.
Confira a receita oficial do clássico:
- Pão francês, sem o miolo na metade superior;
- Fatias de rosbife com sal;
- Tomate em rodelas, com orégano;
- Queijo amarelo derretido na água;
- Picles.
*Com informações do ‘g1’