06/12/2024 - 11:41
Equilibrando trabalhos como chef, proprietário de restaurantes e apresentador de televisão, Claude Troisgros trilha uma carreira de 45 anos no Brasil. Conhecido por pratos icônicos como o Salmão com Azedinha e o Peixe com Banana, ele é uma das referências da gastronomia no Brasil.
Em entrevista ao site Revista Menu durante o evento de lançamento da Campanha de Natal Seara 2024, Claude elucidou suas motivações para incorporar toques brasileiros à culinária francesa:
“Fui criado em uma família de cozinheiros que, nos anos 1960, 1970, criaram um movimento chamado Nova Cozinha Francesa, no meio da criatividade, saindo um pouco do gesso do classicismo e colocando a cozinha francesa em um outro patamar, usando produtos e técnicas modernas. Eu criei esse movimento há 45 anos, e hoje é minha marca. Achar o balanço não é difícil. Não é um balanço entre o Brasil e a França, é um balanço dos sabores, entre o sal, a pimenta, o doce, o amargo, o picante, a acidez — tudo isso é um balanço em qualquer tipo de cozinha.”
O chef ainda diz se emocionar ao relembrar a culinária afetiva de sua família. “Minha avó era italiana. Ela fazia um gnocchi todos os domingos com molho de tomate, manjericão e parmesão, eu fui criado com isso e são lembranças emocionais muito fortes. No movimento da Nova Cozinha, um prato marcante da minha família é o Salmão com Azedinha. Toda vez que eu faço, que eu como, eu choro. Eu me lembro do meu pai, do meu tio, do meu avô, todos os grandes cozinheiros”.
Quando o assunto são itens brasileiros, além do Peixe com Banana — clássico encontrado em todos os restaurantes do chef —, o destaque vai para o jabá com jerimum (carne seca com abóbora). “É um prato que me deixa totalmente fora de mim”, brinca.
Tendências gastronômicas
Questionado sobre quais acredita serem as “predições” culinárias para 2025, Claude comenta: “Já está vindo há muitos anos, devagarzinho, entrando no nosso hábito, mas ainda vai demorar uns 10 anos para realmente se consolidar: a cozinha orgânica, cozinha vegetariana”.
E completa: “A gente realmente precisa, mais e mais, não só cuidar da nossa saúde, mas cuidar da nossa terra. Quando a gente fala de legumes, de produtos orgânicos, legumes, vegetais… Eu acho que a pegada do mundo é essa, a gente não tem muita outra opção, na realidade”.