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Em meio a debates sobre a descriminalização do uso da maconha, chefs de cozinha dos Estados Unidos avaliam que bebidas e alimentos com infusão de maconha são as duas principais tendências gastronômicas no país em 2019.

A avaliação é resultado de uma pesquisa anual conduzida pela National Restaurant Association ouviu mais de 650 chefs profissionais no país. Destes, 77% disseram que as bebidas com canabidiol (CBD) são a principal tendência para 2019, seguidas por alimentos com o mesmo componente extraído da planta que não tem efeito psicoativo.

Segundo Hudson Riehle, diretor de pesquisas da associação de restaurantes ainda é cedo para dizer se o CBD é uma moda passageira ou se vai prevalecer. Como os produtos com o componente são geralmente derivados do cânhamo, que muitas vezes é importado, mas legal em âmbito nacional, é provável que ele seja usado em menus no país, embora as regulamentações específicas ainda variem.

A empresa de pesquisa de maconha Greenwave Advisors prevê que a indústria de canabidiol poderá atingir US $ 3 bilhões até 2021 e eventualmente mais de US $ 200 bilhões nos EUA. Muitos especialistas dizem que a nova Farm Bill, que legalizou o cânhamo cultivado nos Estados Unidos estimulará o crescimento da indústria CBD nos próximos anos.

Em meio ao debate produtos com cannabis fazem sucesso entre os americanos. “75% da minha clientela são médicos, enfermeiros e advogados”, afirma Josh Schwab, dono de uma loja de donuts que vende uma variedade da rosquinha fosca, coberta com uma folha de cânhamo cristalizada. Na lanchonete The Cereal Box no estado do Colorado, os clientes podem adicionar uma colher de US$ 3 em pó de canabidiol em cereais, café ou milkshake.

Mercado de bebidas

Nos Estados Unidos e em outros países, os produtores de bebidas alcoólicas estão cada vez mais investindo no uso de maconha em produtos. Em 2018, os investimentos no mercado norte-americano de maconha chegaram a US$ 10 bilhões, número que deve crescer este ano.

Jonathan Eppers, de Los Angeles lançou há um ano a Vybes, bebida com infusão de CBD estão agora disponíveis em 19 estados, incluindo Nova York e Flórida, em sabores variando de menta blueberry a lavanda blackberry. A empresa vendeu 1,1 milhão de garrafas em 2018.

No Canadá, a empresa Molson Coors trabalha um portfólio de bebidas infundidas com cannabis, já projetando ações com a legalização no Canadá. A empresa cervejeira projeta que a indústria de bebidas com com a planta pode atingir US$ 3 bilhões no país.

Alguns produtos já estão no mercado, como winabis, que combina maconha sem o THC (tetraidrocanabinol, composto da maconha responsável por efeitos psicoativos e neurotóxicos) com o vinho. Produzida na Espanha, a bebida está se popularizando na Europa. No estado americano da Califórnia a Rebel Coast vende um vinho não-alcoólico infundido com cannabis. Já Keith Villa, fundador da blue moon belga está criando uma cerveja não alcoólica com 5 miligramas de THC.

Mesmo com a euforia do mercado, algumas empresas ainda estão estudando o terreno para a produção de bebidas com maconha. A Anheuser-Busch InBev investiu US$ 50 milhões como parte de uma parceria com a empresa de cannabis medicinal Tilray para estudar bebidas não-alcoólicas com infusões de canabidiol e THC. Os investimentos foram feitos através de sua subsidiária Labatt Breweries of Canadá como parte de uma estratégia sobre tendências de consumo emergentes.