por Cristiana Couto*

Sem maquiagem

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“Antes do fogo transformador está o produto”, ensina Gabriela Barretto, e emenda: “Quem reina na minha cozinha é o sabor, e o sabor não é escravo da técnica.” Estes e mais um punhado de pensamentos sobre comida estão em Como Cozinhar sua Preguiça, livro de estreia da chef do paulistano Chou. Dona de uma cozinha sem maquiagem, que privilegia o produto, preparado frequentemente sob o calor das brasas, a chef ensina 51 receitas de seu restaurante – sem concessões. Na receita de lagostins grelhados, avisa: “Só prepare se conseguir botar as mãos em lagostins muito frescos. Qualquer outra coisa não vale a pena”. E nos lembra que, nos dias de hoje, comer é que é um ato político.

Como Cozinhar sua Preguiça – Gabriela Barretto – Melhoramentos
R$ 129 (208 págs.)

Eataly em páginas

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Vai muito além de receitas o livro Eataly – Receitas, História e Gastronomia Italiana, lançado em 2014 nos Estados Unidos e que chega, traduzido, ao Brasil. Elaborado com a curadoria de chefs-estrelas norte-americanos, como Mario Batali, o livro do famoso empório gastronômico nascido em Turim (Itália) oferece as bases da culinária do país. Como degustar azeite, esmagar tomate, diferenciar um arroz arbório de um carnaroli ou conhecer os diferentes embutidos entremeiam as cem receitas, numa edição bem cuidada. As receitas, clássicas de várias regiões da Itália, vêm sempre com um texto introdutório que lhe dá sentido. A apresentação da obra é de Oscar Farinetti, fundador do Eataly.

Eataly – Receitas, História e Gastronomia Italiana – Oscar Farinetti
Publifolha – R$ 114,90 (304 págs.)

Memórias francesas

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Paris-Brest é o novo livro do escritor e jornalista Alexandre Staut, também autor do blog de gastronomia Tudo al Dente e idealizador da revista literária São Paulo Review. Nele, Staut recorda sua viagem à França em 2002 – que começa nos arredores de Brest, na pequena cidade bretã de L’Aber Wrach, onde trabalharia na abertura de um restaurante familiar. Em meio às memórias gastronômicas na Bretanha – também nos vinhedos do Loire e em cozinha na Normandia –, surgem receitas (algumas remodeladas por ele). Seu gosto pela literatura comparece em suas pesquisas, informais, sobre a culinária francesa da Idade Média, que o autor compartilha, gostosamente, com seu leitor.

Paris-Brest – Alexandre Staut – Companhia Editora Nacional – R$ 29,90 (207 págs.)

É de casa

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A partir de três diretrizes – cortes, métodos de cozimento e combinação de sabores –, Rita Lobo compila em seu novo livro 200 receitas para variar o cardápio. O Que Tem na Geladeira? é, na verdade, um manual para criar refeições a partir de regras simples – que precisam ser relembradas em tempos de comida cara e industrializada. Não há preocupação com nutrientes ou dietas (ainda bem!), mas cuidado para compor refeições saudáveis – leia-se, comida de casa, variada e com ingredientes acessíveis (notadamente legumes, hortaliças e raízes). A introdução do livro, em que a cozinheira apresenta um estudo na área de nutrição e saúde, deve ser lido antes de entrar na cozinha.

O Que Tem na Geladeira? – Rita Lobo Senac/Panelinha R$ 79 (354 págs.)

 

Companhia Editora Nacional

ibep-nacional.com.br

Editora Senac São Paulo

editorasenacsp.com.br

Melhoramentos

editoramelhoramentos.com.br

Publifolha

publifolha.folha.uol.com.br

 

* Resenhas publicadas na coluna Café com Letras, da edição 211