As regras da Corrida de Panquecas de Olney são simples. As competidoras devem usar avental e lenço na cabeça, percorrer um trecho de 380 metros carregando uma frigideira com uma panqueca, que deve ser girada três vezes ao longo do circuito. Quem entregar a primeira panqueca ao sineiro da igreja ganha a prova.

Ninguém sabe ao certo como se originou a competição. Reza a lenda que uma dona de casa atormentada, ao ouvir o sino anunciando o início dos trabalhos, correu para a igreja da cidade carregando uma frigideira sobre a qual repousava uma panqueca quente.

Outra lenda é a de que as panquecas seriam um suborno para o sineiro, para que ele tocasse os sinos mais cedo, Isso porque as badaladas assinalavam o início do feriado e da diversão do dia. E o povo era convocado para o serviço religioso no qual seriam perdoados dos seus pecados antes da longa festa da Quaresma.

A tradição afirma que a corrida foi disputada pela primeira vez no ano de 1445, sendo as panquecas na época um prato popular. Aconteceu na terça-feira gorda, um dia antes da Quaresma. E o dia inteiro foi dedicado a uma festa de celebração, brincadeiras e passatempos. Não se sabe onde era a linha de partida original, mas a linha de chegada era a porta da igreja.

A corrida continuou ao longo dos séculos e, embora muitos outros costumes locais tenham morrido. A própria competição pode ter caducado muitas vezes, mas tais lapsos nunca fizeram com que a corrida fosse totalmente esquecida pelas mulheres de Olney. Sabe-se que ocorreu até em tempos difíceis, como durante a Guerra das Rosas (1445 a 1487).

Pausa e volta

Após um hiato durante a Segunda Guerra Mundial, a tradição foi retomada novamente em 1948 pelo Vigário de Olney, o reverendo cônego Ronald Collins. Ao limpar um armário, encontrou algumas fotografias antigas, obviamente tiradas nas décadas de 1920 e 1930, de mulheres correndo com frigideiras.

Cheio de entusiasmo para reviver o antigo costume, ele convocou voluntários e, em resposta, treze corredoras apareceram na terça-feira gorda daquele ano.

A corrida despertou imediatamente a imaginação popular e o povo de Olney decidiu desfrutar dessa ligação simples e colorida com o seu rico passado, um dia de festividades.

De Olney para o mundo

Em 1950 a corrida tornou-se um evento internacional. Ao ver fotografias da competição inglesa, a cidade de Liberal, no estado do Kansas (EUA), lançou o desafio de fazer uma corrida de panquecas tão empolgante quanto a de Olney.

A cidade inglesa aceitou prontamente o desafio e, num espírito de boa vontade e amizade internacional, as duas cidades competem agora anualmente e os prémios são trocados. A corrida é disputada de forma cronometrada.