Ao contrário das grandes cervejarias, que buscam conquistar o maior número possível de consumidores, os produtores artesanais podem se dar ao luxo de arriscar e criar rótulos para públicos específicos.

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É o caso de duas cervejarias brasileiras voltadas para os bebedores de esquerda e que batizam suas geladas com nomes de líderes comunistas – aposta um tanto ousada, ainda mais em tempos de polarização política.

A pioneira é a Titobier, de São Paulo, na ativa desde 2016, que tem rótulos como Marx (autor de “O Capital” e “O Manifesto Comunista”) e Trotsky (intelectual marxista e um dos líderes da Revolução Russa de 1917).

É a mesma estratégia da Soviet, inaugurada em 2019 em Juiz de Fora (MG), que homenageia figuras comunistas como Vladimir Lênin (principal liderança da Revolução Soviética) e Rosa Luxemburgo (filósofa e economista marxista polaco-alemã).

“Faltam marcas que representem a esquerda sem medo de levantar bandeira, de se posicionar”, disse Demócrito Albuquerque, de 23 anos, um dos fundadores da Soviet, em entrevista ao UOL. Filho de militantes do PCdoB, ele criou a pequena cervejaria com mais três sócios, todos de esquerda.

Como era de se imaginar, tanto a Titobier quanto a Soviet não se tornaram fenômenos de vendas. Por outro lado, as duas marcas mostraram que é possível sobreviver e se destacar apostando em produtos com mensagens sociais.

(*) Da redação da Menu