A temporada de frio está se aproximando e, com ela, chegam também as doenças respiratórias. Em um cenário de alto contágio, vale investir em uma alimentação caprichada em nutrientes para fortalecer a imunidade e manter as infecções afastadas.

Pensando nisso, a nutricionista clínica e funcional Dra. Gisela Savioli explica que nenhum alimento sozinho atua como remédio isolado para infecção, porém não há como planejar ações preventivas sem considerar a alimentação. “75% do nosso sistema imunológico está no intestino. Isso reforça a importância de escolher bem o que comemos ou deixamos de comer, pois tudo aquilo que agride o intestino também impacta negativamente nas defesas imunológicas”, destaca a especialista.

E o contrário também vale: quando a comida faz bem para microbiota intestinal, as defesas do organismo saem fortalecidas.

Não são só os alimentos

Gisela alerta que nenhum alimento ou “chá milagroso”, sozinho, é capaz de combater uma infecção. Apesar disso, investir em comida de verdade, com um padrão alimentar rico em frutas, legumes e verduras e baixo consumo de alimentos ultraprocessados é essencial.

A nutricionista ainda ensina que o primeiro passo é ter uma alimentação rica em fibras para potencializar a proteção do intestino e lista os seis alimentos mais indicados para fortalecer a imunidade. Confira:

Seis alimentos que turbinam a imunidade

Cúrcuma

Além de possuir efeito antimicrobiano, a cúrcuma é capaz de modular a imunidade conforme o que cada corpo precisa. A especiaria aumenta a resposta imunológica quando é preciso — em quadros infecciosos, por exemplo —, mas também suprime quando é necessário.

A sugestão de uso é incluir, à alimentação, uma colher de sobremesa rasa fracionada ao longo do dia, sempre associada com a pimenta preta, moída na hora. Uma boa pedida é deixar, no lugar do saleiro, um potinho com cúrcuma e usar algumas pitadas durante as refeições.

Semente de abóbora

A semente de abóbora é uma das maiores fontes de zinco, um mineral essencial para a função adequada do sistema imunológico. Ele ainda atua como antioxidante, ajudando a proteger as células contra danos causados pelos radicais livres, e é importante para a ativação de enzimas que desempenham um papel crucial na resposta imunológica.

Dra. Gisela orienta o consumo diário de uma colher de sopa por cima da salada ou de caldos, ou, ainda, como snack no meio da tarde.

Alho

“O alho é um alimento rico em compostos sulfurados, como a alicina, que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Estudos mostraram que o consumo regular de alho pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico, reduzir a duração de resfriados e até mesmo prevenir infecções, inclusive fúngicas”, explica a especialista.

No entanto, ela chama atenção para não errar na hora de usar. Para preservar bem os seus compostos, o ideal é picar bem e macerar. Deixe descansando entre 5 a 10 minutos para que mais nutrientes sejam liberados e só então adicione nos preparos. Assim, você preserva bem os seus compostos. Pode ser consumido também cru em saladas, molhos, guacamole ou outras receitas que não precisam ir ao fogo.

Gengibre

O gengibre é conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Ele contém compostos como o gingerol, que pode ajudar a reduzir a inflamação e estimular o sistema imunológico.

Além disso, a especiaria é frequentemente utilizada para aliviar sintomas de gripes e resfriados, devido às suas propriedades antivirais. Mas pode ser usado também no preparo de legumes e do frango, ralado em cima da comida. O mais interessante é utilizar in natura, adicionado na hora do que comprar versões prontas já moídas.

Cogumelos

Dra. Gisela explica que os cogumelos são grandes aliados da imunidade. “Os cogumelos são uma rica fonte de beta-glucanas, uma fibra solúvel e extremamente benéfica para o intestino. Eles também oferecem compostos capazes de se ligar a receptores específicos nas células do sistema imunológico e modular beneficamente a nossa imunidade”, destaca.

Chá de casca de cebola

Comumente descartadas, as cascas da cebola são ricas em antioxidantes como a quercetina, que tem propriedades anti-inflamatórias e pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico.

“Reúna as cascas da cebola, de preferência da roxa, e armazene em um recipiente protegido de luz. Para fazer o chá, ferva a água e, assim que começar a levantar fervura, desligue o fogo e jogue sobre as cascas de cebola em um recipiente de porcelana. Tampe e aguarde 15 minutos. Depois é só tomar esse chá de três a cinco vezes por dia”, ensina.

Outra opção é levar as cascas ao forno em temperatura baixa e com a porta um pouco aberta. As cascas vão virar um pó, que Gisela recomenda acrescentar uma pitada às refeições todos os dias.