11/08/2025 - 8:30
Entre cortes de carne, especiarias e condimentos a gastronomia internacional conta com uma extensa lista de produtos raros e de grande valor. A função dos alimentos varia entre guarnições, temperos, estabilizadores e até pratos principais. Essas comidas costumam contar com preço alto por serem cultivadas em áreas remotas ou em pequena escala, tornando seu uso em serviços cotidianos uma atividade difícil.
Além disso, a gastronomia integra uma parte importante da economia de diversos países e é por isso que parte de sua comercialização acaba chegando a quantias elevadas. Atualmente, chefs premiados adquirem a maioria desses alimentos como um luxo e uma experiência adicional em seus restaurantes.
Pensando nisso, a Revista Menu reuniu sete opções de iguarias presentes no guia de ingredientes mais caros do globo.
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Confira a lista com sete dos alimentos mais caros do globo
Trufas

Mundialmente conhecidas, as trufas brancas ou negras acrescentam sabor e textura aos pratos que fazem parte. Em múltiplos restaurantes ao redor do mundo a iguaria é acrescentada à massas, risotos e carnes variadas.
Segundo os chefs, as lâminas do ingredientes devem ser acrescentadas em combinações levemente aquecidas para que tenham seu sabor intensificado. As variações de trufas mais nobres podem chegar a custar R$ 70 mil o quilo.
Ovas

Conhecidas no mundo da gastronomia por agregarem sabor e valor às receitas, as ovas são cobiçadas por muitos consumidores. Embora seja um erro comum, é importante notar que nem toda ova é um caviar – as produzidas pela tainha podem virar bottarga após serem curadas, por exemplo.
O preço agregado à sua venda se deve a dificuldade na produção e comercialização segura. O caviar é ainda mais valorizado por ser apenas extraído de esturjões euroasiáticos e norte-americanos. O caviar branco é considerado um dos mais raros, já que suas ovas precisam ser albinas e retiradas somente do esturjão siberiano.
Em estabelecimentos especializados, 100 gramas do produto podem ser encontradas por até 6 mil.
Baunilha

Uma das iguarias mais utilizadas na confeitaria se faz presente na lista por contar com um processo de cultivo e produção longo e meticuloso, o que encarece sua venda. A parte mais essencial da colheita envolve a cura feita em até seis meses, que auxilia na complexificação do sabor.
Além disso, a planta que dá origem ao produto, uma orquídea, se adapta melhor a ambientes com condições tropicais específicas, centralizando os locais de plantação. Em média, o quilo dessa especiaria pura varia de R$ 2 mil a R$ 5 mil.
Miski

Também conhecida como mastilha, essa resina extraída das árvores de mástique pode ser encontrada em alguns territórios do Mediterrâneo. Porém, é somente na Ilha de Chios, na Grécia, que é possível encontrar as chamadas “Lágrimas de Chios” – pequenas gotas que ficam no exterior da planta que são usadas no preparo de doces e licores.
Atualmente, a iguaria integra uma variedade de pratos da culinária grega, turca e libanesa. Em mercados sofisticados e especializados em produtos internacionais, uma única grama do produto custar R$ 20, acumulando até 2 mil reais o quilo.
Wagyu

Popular entre os amantes de carne vermelha, esse corte japonês faz sucesso em grandes restaurantes ao redor do mundo. Além de técnicas diferenciadas no tratamento do gado, como massagens e músicas, o wagyu ganha destaque pelo alto grau de marmoreio. Essa característica permite que os animais armazenem uma quantidade maior de gordura intramuscular, o que torna a carne mais suculenta e macia.
Rico em umami – o quinto sabor do paladar – o ingrediente é servido em múltiplos formatos, incluindo hambúrguer, fatiado, cozido ou filé. Uma pequena peça da proteína pode custar mais de R$ 1 mil, valor que reflete sua raridade e custos de manufatura.
Açafrão

Embora tenham o mesmo nome e cor, o açafrão-da-terra, presente nas casas brasileiras, e o açafrão são duas especiarias diferentes. O primeiro, também conhecido como cúrcuma, surgiu na gastronomia asiática sendo extraído de uma raiz similar ao gengibre, por isso seu acesso é fácil em mercados comuns.
O segundo, por sua vez, é feito a partir do estigma de uma flor chamada Crocus Sativus, típica do Oriente Médio. De cada flor são retiradas manualmente apenas três estigmas, fazendo com que o acesso ao ingrediente seja ainda mais exclusivo.
“O processo de extrair o pistilo das flores dá muito trabalho para se extrair tão pouco. O rendimento é muito baixo, por isso é tão caro”, explicou o chef Amílcar Azevedo do restaurante NOU à “CNN Brasil”.
O açafrão se faz presente em algumas receitas espanholas, como a tradicional paella, e do norte da África. Cerca de uma grama apresenta o valor de R$ 100, ou seja, R$ 10 mil por kilo.
Wasabi fresco

Considerado uma das joias da gastronomia, o wasabi fresco traz sabor, textura e a habilidade de transformar pratos simples. Ao contrário das versões industrializadas, as quais levam corantes, conservantes e são facilmente encontradas, o Eutrema wasabi traz uma picância delicada com toques herbáceos e levemente adocicados.
Em média, o custo dessa iguaria gira em torno de R$ 10 mil. Em seu uso prático, ele é acrescentado como finalização em receitas asiáticas que levam peixe cru. Além de adicionar complexidade, o alimento realça o frescor do peixe e equilibra sua quantidade de gordura. Para muitos chefs do ramo, possuir o wasabi fresco em sua cozinha é um dos luxos da carreira.