por Cintia Oliveira 

A Copa do Mundo só começa em junho na Rússia, mas as expectativas em torno do mundial só aumentam a cada dia – a febre do álbum de figurinhas da Copa está aí para provar isso. Mas outra ação recente em torno da Copa do Mundo, muito aguardada pelos entusiastas da rede de fast-food McDonald’s, é a linha de sanduíches dedicados aos países que disputam o mundial, e que “entrou em campo” nesta semana.

E, como não poderia deixar de ser, um dos lanches homenageiam a nossa seleção canarinho: o McBrasil, composto de dois hambúrgueres, maionese verde, mix de alfaces, queijo-coalho empanado e bacon, servido no pão de brioche. O sanduíche (R$ 24,90 a R$ 29,90, com bebida e batata frita ) faz companhia para outros lanches, que celebram desde a Argentina até a Espanha.

Mas o diferencial é que, enquanto os sanduíches dos outros países vão se alternar no cardápio da rede de fast-food, o McBrasil será servido diariamente. Em tempos em que diversas iniciativas buscam a valorização e o reconhecimento da cozinha brasileira, nossa equipe se perguntou: de que forma uma rede de fast-food norte-americana interpretou a nossa culinária?

Um dos sanduíches adquiridos na rede de fast-food nesta terça (24) (foto: Cintia Oliveira)

Para responder esta pergunta, convidamos o chef e colunista da Menu, Paulo Machado, para provar o lanche e dar o seu veredicto. “Acompanho pelo País a valorização da cozinha brasileira e dos ingredientes locais e acho isso muito positivo. A restauração rápida, ou os fast-food, também podem fazer parte disso repensando seus ingredientes e adequando-os à cultura local”, afirma o chef.

Na tarde desta terça (24), o Machado e a coordenadora online da Menu, Cintia Oliveira, estiveram numa das lanchonetes da rede de fast-food, localizada na região da Avenida Paulista, em São Paulo, em busca do sanduíche. Como parâmetro, Machado utilizou o ClubHouse, o primeiro sanduíche da linha gourmet do McDonald’s, que avaliamos no período do lançamento em 2016 e que segue muito parecido (leia mais aqui).

Diferentemente das outras ofertas, que vem escoltadas de batatas fritas temáticas como a da Espanha, coberta de maionese de azeite de oliva e bacon, as fritas do McBrasil não trazem nenhum complemento. “Cubinhos de queijo-coalho não seria nada mal”, comenta Machado.

 

O chef Paulo Machado prova o sanduíche (foto: Cintia Oliveira)

 

Embora o sanduíche faça parte da linha Signature (mais “gourmet”) do McDonald’s, os dois hambúrgueres de carne bovina que compõem os sanduíches são muito semelhantes ao big mac, clássico da rede de fast-food. Os pontos altos do sanduíche estavam no pão, de textura macia e boa estrutura, que segura bem o recheio até as últimas mordidas, e no queijo-coalho empanado, que tem casca crocante e sal na medida.

Já os pontos negativos estão no próprio queijo, que podia ser menos elástico, no mix de alfaces, que estava murcho, e no bacon, que estava ressecado. E a maionese verde mandou lembranças: diferentemente do ClubHouse, que tinha uma boa quantidade de molho, no lanche avaliado havia pouquíssima maionese. Para tirar a prova de que a economia de molho não era uma exclusividade de uma das lojas, adquirimos um sanduíche em outra loja – estava do mesmo jeito.  “Sem dúvida, se tivesse a mesma quantidade que aparece na foto, o sanduíche ficaria menos seco”, diz Machado.

No quesito brasilidade, o chef Paulo Machado conclui que o queijo-coalho faz bem esse seu papel. “Para deixá-lo ainda mais brasileiro, eu acrescentaria um vinagrete com coentro, que poderia ser com uma maionese, e substituiria o brioche por pão de mandioca, por exemplo”, recomenda o chef. Enfim, o sanduíche segue americanizado, mas quando comparado ao sanduíche da Copa passada, que levava queijo emental, o McBrasil está no caminho certo.