17/01/2014 - 12:23
Por Suzana Barelli
No cenário de queda na importação de vinhos para o Brasil, chama a atenção a procura pelos rótulos espanhóis. Da análise de vinhos importados, realizada por Adão Morellatto, dono da International Consulting, a importação de vinhos ibéricos é a que apresentou maior crescimento em nosso mercado. E, melhor, um crescimento constante e, aparentemente, consistente.
Em 2013, a importação de vinhos espanhóis cresceu 8,07%, em valor, em comparação com 2012. Enquanto isso, a queda geral dos importados foi de 3,2%. “Em 2007, os vinhos espanhóis representavam um faturamento de US$ 5,5 milhões; em 2013, chegou a US$ 17,5 milhões”, destaca Morellatto.
Atualmente, a Espanha é o sexto país no ranking dos vinhos importados, com 6% do mercado brasileiro. E seus vinhos são 90% mais caros do que os vizinhos portugueses e 25,5% do que os italianos. O ranking dos países que mais exportam seus brancos e tintos para o Brasil é liderado pelo Chile. O país andino tem 31,5% de participação de mercado entre os importados, em valor, e 37,89%, em volume. O Chile, destaca Morellatto, entende como poucos o mercado brasileiro e tem a agilidade necessária para contornar as “adversidades momentâneas”, como a valorização do dólar e do euro, considerado o principal fator para a redução destas vendas.
Em segundo lugar, está a Argentina. Mas, aqui, o céu não é de brigadeiro. Em 2013, o país perdeu 14% de seu volume de vinhos importados para o Brasil, o que representou um faturamento 10,8% menor. “As constantes intervenções governamentais na economia e na política agrária interferem na exportação de vinhos”, analisa o especialista.
Em seguida, está a França, que cresceu 4% (em valor) em 2013. No berço do vinho moderno, os champanhes representam quase 50% deste valor. No ano passado, no entanto, o país cresceu também na venda de brancos e tintos da faixa média de preços (entre US$ 3,90 e US$ 6,90, o litro), mostrando que os franceses começam a disputar novos mercados para os seus vinhos. Portugal está em quarto lugar e a Itália, em quinto. Em Portugal, chama a atenção a desvalorização de 50% no custo médio do vinho. Na Itália, o destaque é a queda de 16,7% nos vinhos tipo prosecco. “A exportação dos lambruscos também caíram muito, resultado da valorização deste vinho na Itália”, diz Morellatto. O país da Bota, como novas políticas regionais, está investindo na qualidade destes vinhos e, consequentemente, em seu preço.
Os seis primeiros países do ranking representam quase 97% do mercado de vinhos importados. Nos demais, destaque para o crescimento de 41% dos vinhos norte-americanos e de 6,3% na Nova Zelândia, sempre em valor; e para a queda de 54% nos brancos e tintos da África do Sul e de 44,6%, nos australianos.