Dario Costa conheceu a fama no elenco do “MasterChef”, em 2016, na Band. Mas, foi em 2020, como campeão do “Mestre do Sabor”, na Globo, que ele provou o que sabia. As duas oportunidades o transformaram em figura conhecida no meio gastronômico, claro. No entanto, o que poucos sabem é que inúmeras experiências anteriores formaram o talentoso chef e disputado empreendedor do segmento que é hoje. Na vida fora das telas, com muito trabalho e criatividade, Dario, de fato, dispensa os rótulos da TV.

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Assista às experiências com o chef Dario Costa no vídeo a seguir:

Surfe e churrasco na praia
Desde a infância (quando fazia churrasco na praia perto de casa) e a adolescência (quando decidiu lavar pratos na Nova Zelândia para custear a paixão pelo surfe) até a vida adulta (quando já suava o dolmã na cozinha do estrelado Ristorante Vescovado, do chef italiano Giuseppe Ricchebuono), Dario foi colecionando aprendizados, desenvolvendo técnicas e testando sua capacidade.

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Surpresas deliciosas
Sentei-me à mesa com ele para um papo no Madê Cozinha, inaugurado em 2017, em Santos, cidade natal do chef, no litoral de São Paulo. A determinação do jovem empreendedor de 33 anos é surpreendente. O menu degustação do restaurante dedicado a peixes e frutos do mar, especialidade do cozinheiro, também impressiona. A carta de drinques é do renomado mixologista Zulu.

Chamado de “Um passeio pela nossa cozinha”, os pratos são servidos em dez etapas a R$ 225 reais por pessoa. Nas entradas, destaque para os pães de fermentação natural, as refrescantes ostras in natura com granita de manga e a explosão de sabores do bocado de camarões cinzas na broa de milho com creme de milho e coalhada. Entre os principais, tem o Arroz caldoso de frutos do mar feito no forno à lenha (orgulho do chef), o Tuna Wellington com molho de catuaba e o Peixe com escamas de banana, molho de castanhas e bolinho de mandioca (uma versão do prato que conquistou os jurados do talent show global), entre outros. De sobremesa, Macaron com brigadeiro de manjericão e Cannoli de biju com queijadinha e coco ralado tostado, que remete ao comércio ambulante na espera da balsa.

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De início, Dario não tinha a intenção de tornar o Madê algo sofisticado, ou “fancy” (chique, em inglês), como ele mesmo diz. Mas o interesse do público de alto padrão falou mais alto e a casa se tornou uma experiência rara de alta gastronomia na cidade.

A pesca sustentável
Preocupado com questões ligadas à pesca sustentável e aos produtores locais, o estilo despojado que Dario pretendia imprimir a um local próprio foi conquistado no segundo espaço, no novo Mercado Municipal de Peixes de Santos. Instalado sobre boxes de pescadores, o Paru é um misto de restaurante de autoatendimento (me lembrou o Chelsea Market, em Nova York) de frutos do mar na brasa com o Açougue do mar, que reúne exemplares de peixes frescos conservados em técnica que dispensa gelo, ou maturados por dias no método de dry aged, ou, ainda, porcionados em kits para um churrasco.

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Em ambos locais, que já fazem parte da nova cena santista do turismo gastronômico (vai ter coluna dedicada ao tema), é possível encontrar com Dario para uma conversa informal e deliciosa sobre suas descobertas e criações. Exceto no caso do chef estar pegando onda ou viajando a trabalho.

Incansável
Aliás, neste momento, enquanto você lê esta coluna, ele deve estar fazendo testes para o menu da rede internacional Deus Ex Machina, que deve abrir em agosto, no Jardim Paulista, em São Paulo. Ele pode estar também planejando a abertura de um novo projeto com os sócios do festival Churrascada, também nessa mesma região da capital paulista. Ou pensando na operação de uma cozinha em Fernando de Noronha, quem sabe?

(*) Da redação Menu