Nesta quinta-feira, 7, comemora-se o Dia Internacional da Merlot. Um dos tipos mais tradicionais, a uva é produzida em larga escala na França, Itália, Estados Unidos e Chile e é a protagonista dos vinhos Merlot.

“É considerada uma ‘uva-camaleão’, pois pode gerar desde vinhos mais frescos e delicados até exemplares encorpados, sofisticados e com potencial de envelhecimento”, explica Thamirys Schneider, sommelière da Wine.

A Merlot apresenta um perfil consistente de textura macia, e geralmente traz notas de ameixas, podendo variar de frescas e maduras, a depender do clima. “Em comparação com a uva Cabernet Sauvignon, sua meia-irmã, tende a ter taninos e acidez mais suaves, e concentração frutada mais em evidência no paladar”, continua a especialista.

Altamente adaptável, a Merlot sucede em solos argilosos em climas moderados a quentes. Em climas mais frescos, costuma trazer notas de ameixa vermelha fresca e cereja, corpo mais delicado e uma acidez mais perceptível. Já em climas quentes, pode trazer notas de frutas maduras, às vezes em compota, taninos mais suaves e teor alcoólico e corpo mais elevados.

“É também uma uva que se valoriza do amadurecimento em barrica, podendo ter notas de especiarias e baunilha, e à medida que envelhece, tende a desenvolver notas achocolatadas e aromas de tabaco”, acrescenta Thamirys.

Os Merlots mais amados

Bordeaux

A região de Bordeaux, cidade portuária no sudoeste da França, é grande produtora da uva Merlot à margem direita da área conhecida como Entre-Deux-Mers (“entre dois mares”, em francês).

Califórnia

Nos Estados Unidos, a uva Merlot se destaca na Califórnia devido aos altos índices de sol e calor. Geralmente os estilos de vinhos dessa uva são mais encorpados, alcoólicos, com bastante concentração frutada e mais macios no paladar. Os vinhos desta uva também são produções populares no estado de Washington devido às bruscas quedas de temperatura noturnas, que garantem uma considerável preservação da acidez, tornando o vinho Merlot desta região mais ácidos e frescos e com um distintivo toque de ervas.

Toscana

A Merlot também tem boa adaptação na Itália, com destaque para os famosos vinhos “Supertoscanos” — aqueles elaborados na Toscana que, ao surgir, não obedeciam as regras de produção da região pois incluíam uvas não-autóctones da região (geralmente com Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot). Além de ir “contra as regras” de elaboração da época (meados do século XX), os Supertoscanos são conhecidos pelo seu caráter rico, encorpado, complexo e volumoso.

Vale Central chileno

No Chile, a uva Merlot sucede na microrregião de Apalta, localizada na parte interior e mais fria do Valle de Colchagua. Pertencente ao grande Vale Central chileno, a região apresenta uma grande variedade térmica entre os dias e as noites, o que favorece o lento amadurecimento, preservando a acidez e desenvolvendo bem os compostos fenólicos e os taninos. Os vinhos com a uva Merlot no Chile tendem a ser mais contidos e de corpo médio.