21/04/2025 - 13:42
O líder da Igreja Católica, Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu nesta segunda-feira, 21, no Vaticano, aos 88 anos, após uma longa batalha contra uma pneumonia. O religioso era considerado um “Papa pop” até mesmo em seus gostos alimentares.
Francisco não era amante de pratos refinados em sua mesa e até apresentou aos italianos o mate, um tipo de chá. Além disso, se apaixonou pela pizza, um dos pratos “simples”, mas um dos mais simbólicos do “Made in Italy”.
Em diversas ocasiões, chegou inclusive a expressar o quanto gostou de “Il pranzo di Babette” (“A festa de Babette”, na versão em português), o filme em que uma mulher demonstra seu amor pelos outros gastando o dinheiro em uma refeição.
A mesa era uma das grandes paixões de Francisco – ele explicou em uma audiência geral em janeiro de 2024 que “muitas vezes vemos o Messias” ao nos reunir para uma refeição -, apesar de ter precisado suportar dietas rigorosas em várias ocasiões durante os últimos anos, como peixe cozido e arroz.
Isto porque em Roma, com a culinária italiana e a falta de passeios pelas ruas, os quilos extras poderiam aparecer e, como para todos, não eram um bom sinal para a saúde.
No entanto, como acontece com muitas outras coisas, Francisco no fim das contas não se importou. Apaixonado por comida de rua e alimentos simples e popular, era considerado “o primeiro fã” da pizza italiana.
Quando ele confidenciou o que estava sentindo falta em sua nova vida como Papa, ele respondeu: “Sair para uma pizzaria”.
Em uma de suas últimas viagens apostólicas, a de Luxemburgo em setembro de 2024, fez uma rápida parada para tomar um expresso no bar, chegou a comentar aos jornalistas: “Foi uma brincadeira, da próxima vez será em uma pizzaria”.
Alguns jornalistas, inclusive, recordaram que, no átrio da Sala Paulo VI, o líder da Igreja Católica agradeceu aos voluntários que organizaram o “Dia Mundial da Criança” e sentou-se com todos à mesa para comer a pizza preparada para ele por um mestre cozinheiro napolitano.
Entre os doces, o religioso adorava chocolate, e por isso na Páscoa chegavam para ele ovos gigantes de toda a Itália. Ele também nunca deixou de lado sua paixão por tortas, maritozzi com creme e sorvetes.
Conta-se também que o Santo Padre sempre carregava doces no bolso, os mesmos que todos viam ele dar às crianças durante eventos e audiências.
Os sabores de sua mesa argentina nunca faltaram, começando pela bebida nacional, o mate, que lhe era oferecido em todas as reuniões e que ele bebia de bom grado de canudo, e passando pelas empanadas, os pequenos bolinhos recheados com carne e outros ingredientes.
Inclusive, diversas transexuais latino-americanas que pegavam o ônibus de Torvaianica para Roma todas as quartas-feiras de manhã, acompanhadas pelo pároco don Andrea, para comparecer à audiência geral, também preparavam empanadas para ele. Bergoglio sempre as acolheu com dignidade e, por isso, recebia tortinhas assadas que o levaram de volta à mesa de sua infância.