da redação da Menu

Imagine a soja produzindo óleo de cozinha livre de gorduras trans, o trigo terá menos glúten, o alface será mais resistente a períodos quentes e secos e os porcos mais resistentes a doenças letais.

Tais ações serão possíveis com uma ferramenta chamada  Crispr, voltada à manipulação genética de plantas e animais. De acordo com o jornal britânico The Guerdia, os primeiros produtos editados pela Crispr começarão a chegar ao mercado este ano. Além disso, os pesquisadores acreditam que é apenas uma questão de tempo até que as prateleiras dos supermercados dos Estados Unidos possam ser preenchidas com produtos, grãos e carne editados por genes.

De acordo com a reportagem, a tecnologia da Crispr ainda está em fase inicial e foi usada pela primeira vez há seis anos. Ele tira proveito do sistema imunológico natural das bactérias para fazer cortes precisos no genoma alvo. Isso pode ser usado para apagar algumas letras, desligar um gene ou discá-lo para cima ou para baixo, ou pode forçar uma mudança no alfabeto genético, dando à planta ou ao animal novas funções.

Não é um processo perfeito, mas é mais preciso e fácil de trabalhar do que as técnicas de edição de genes anteriores, segundo os cientistas. Pesquisadores dizem que muitas dessas novas funções serão copiadas da natureza, fazendo por exemplo com que um tomate de estufa seja tão resistente a doenças quanto um selvagem sem sacrificar o sabor.

Entretanto, a tecnologia está sujeita a rigorosas avaliações de saúde e meio ambiente, bem como requisitos de rotulagem na União Europeia, mas não em solo americano. O Departamento de Agricultura do país (USDA) emitiu uma declaração em março dizendo que não regularia as plantações cujas mudanças genéticas poderiam ter sido produzidas com a reprodução convencional. O tribunal de justiça europeu, em contraste, determinou no verão passado que as culturas editadas por genes deveriam ser regulamentadas como OGMs (organismos geneticamente modificados).