por Cintia Oliveira

Depois dos restaurantes Epice, Gigetto e Shintori fecharem as portas no início do ano em São Paulo, mais um endereço encerrou suas atividades nesta semana: o Goya Bar. Localizado na Vila Madalena, o bar comandado por Diego Belda (que teve outro restaurante no mesmo ponto, o Rothko) tinha como marca registrada os petiscos de inspiração espanhola para compartilhar e os bocados, que eram pratos individuais. Carnes, que são a especialidade do chef (leia mais na reportagem Boi de primeira, publicada na edição 198 da Menu), também figuravam no cardápio.

Segundo o chef e proprietário, Diego Belda, um conjunto de fatores o fizeram tomar a decisão de fechar as portas. “No último ano, nossos custos praticamente dobraram e não conseguia repassar isso para os nossos clientes. E nosso movimento também caiu cerca de 30%. Para um restaurante pequeno, que não tem nenhum investidor por trás, é impossível de segurar”, conta ele.

Com o fechamento do Goya Bar, Belda segue se dedicando a outros projetos. Um deles é o itinerante Born to Grill, no qual faz churrasco na rua. Entre os eventos programados, depois do Carnaval ele estará na cervejaria BrewDog, em São Paulo, e, em abril, pretende desembarcar no Rio de Janeiro.

Outro projeto em andamento é o do Sítio Três Paineiras. No melhor estilo farm-to-table (em tradução livre: da fazenda para a mesa), o chef pretende servir, a partir do segundo semestre, menus fechados na propriedade localizada em São Francisco Xavier, interior paulista. Com a ajuda de um engenheiro agrônomo, ele instalou uma horta e um pomar orgânico, de onde ele pretende extrair os ingredientes que vai utilizar neste projeto. “Não teremos forno combinado. Será tudo feito à base de lenha de manejo sustentável e vou só utilizar produtos da horta e dos vizinhos. E, ainda pretendemos comercializar a nossa produção”, diz Belda, que também vai utilizar carnes obtidas de animais criados de maneira sustentável.

O chef não descarta a possibilidade de montar outro restaurante em São Paulo no futuro. Mas a ideia é manter a proximidade com os ingredientes e produtores. “Em São Paulo, você recebe os produtos na porta do restaurante e, muitas vezes, não sabe de onde vêm o que você cozinha. Quero tentar unir as duas pontas da cadeia produtiva, mas preciso encontrar uma forma de fazer isso. Não é para agora”, diz o chef. É aguardar.