por Bruna Amendola

Divulgada nesta terça-feira, em Cingapura, a lista The World’s 50 Best Restaurants consagrou os melhores restaurantes do mundo em 2019. Em primeiro lugar ficou o Mirazur, comandado pelo chef argentino Mauro Colagreco e localizado na França.

No total, 49 restaurantes, incluindo o brasileiro A Casa do Porco, de Jefferson Rueda, chegaram à aclamada lista, além de outros 70 que foram citados do 51º ao 120º lugar.

O restaurante Mirazur, do chef Mauro Colagreco é o melhor do mundo em 2019, de acordo com a lista do 50 Best (Foto: Bruna Amendola)

Mas você sabe como funciona a premiação?

Idealizado pela revista britânica Restaurant Magazine, The World’s 50 Best existe há 17 anos. Em 2007, o prêmio se desvinculou da publicação e passou a ser patrocinado pela San Pellegrino.

Inclusive, uma das novidades em 2019 é que a lista foi ampliada, passando a premiar mais 20 restaurantes, em homenagem aos 120 anos da patrocinadora oficial do evento.

Outra mudança que aconteceu este ano foi a criação do Best of the Best. Ela nada mais é do que uma lista de restaurantes que não são mais elegíveis para o 50 Best, composta por todos aqueles que já chegaram ao topo do ranking.

Desta forma, o atual número 1 do mundo – e também em 2016 -, Osteria Francescana, de Massimo Bottura, está fora. Outros estabelecimentos hors-concours são: El Celler de Can Roca (2013 e 2015), de Joan Roca; The French Laundry (2003 e 2004), de Thomas Keller; Noma (2010, 2012 e 2014, fechado em 2017 e reaberto em 2018), de René Redzepi; Eleven Madison Park (2017), de Daniel Humm; The Fat Duck (2005), de Heston Blumenthal; e el Bulli (2002, 2006 e 2009, fechado em 2011), de Ferran Adrià.

A única exceção foi o Noma, que fechou seu restaurante original em 2017 – reabrindo em uma versão 2.0 em 2018 – e, por isso, foi permitido que entrasse na competição, apesar de ter sido o melhor do mundo em outros três anos.

Jefferson Rueda ficou em 39º lugar na lista, com seu restaurante A Casa do Porco, único representante brasileiro (Foto: Bruna Amendola)

Como funciona a academia e o sistema de votos?

É importante começar destacando que a lista engloba restaurantes e não chefs. O júri é composto por 1.040 experts do mercado gastronômico global – 26 regiões e cinco continentes, sendo 40 votantes por região.

No júri, é possível encontrar 34% de cozinheiros e hoteleiros, 33% de jornalistas e 33% de gastrônomos. Em 2019, pela primeira vez, chegou-se a uma equidade de gênero, ou seja, o júri foi composto de 50% de mulheres e outros 50% de homens.

Cada jurado vota em 10 restaurantes, por ordem de preferência, sendo que pelo menos quatro deles devem ser de uma região diferente da sua. Outra obrigatoriedade é que os estabelecimentos devem ter sido visitados nos últimos 18 meses, indicando a data, mas sem informar que é um membro do painel do 50 Best.

Com duração de três dias, o evento tem desde masterclasses e mesas redondas, até almoços com alguns dos chefs premiados, reunindo a nata da gastronomia mundial. Por fim, a premiação, dividida em três partes.

Outros prêmios concedidos pelo 50 Best – e seus vencedores em 2019 – são:

Melhor confeiteiro(a) do mundo – Jessica Préalpato, do Alain Ducasse au Plaza Athénée
Melhor chef mulher do mundo – Daniela Soto-Innes, Cosme and Atla
Escolha dos Chefs (votado pelos 50 melhores chefs da lista) – Alain Passard, do Arpège
Ícone do ano – José Andrés
Restaurante para prestar atenção (com potencial para entrar na lista dos melhores nos próximos anos) – Lido 84, do chef Riccardo Camanini, em Gardone Riviera, Itália
Entrada mais alta (restaurante novato na lista com a melhor posição) – Noma, do chef René Redzepi, em Copenhague, Dinamarca
Arte da Hospitalidade (restaurante com o melhor serviço/atendimento) – Den, do chef Zaiyu Hasegawa, em Tóquio, Japão
Restaurante mais sustentável – Schloss Schauenstein, do chef Andreas Caminada, em Fûrstenau, Suíça
Restaurante que ganhou mais posições – Azurmendi, do chef Eneko Atxa, em Larrabetzu, Espanha (saiu de 43º, em 2018, para 14º, em 2019)